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terça-feira, 28 de junho de 2016

PROMETO SER BREVE E O DESCUIDO NÃO DOLOSO

Não sou solitário e do lobo nem me falta a pele e não encontro poesia na biblioteca da junta da freguesia. Sento-me descalço na mesa e não consigo ideia melhor para o nojo deste silêncio compartilhado numa imbecilidade que não me atrai. Tento ser simpático, mas não é fácil perante tanta trapalhice. Não leves a mal não me lembrar do teu nome, mas outras chamadas me atentam e não é por maldade que pretendo riscar-te os olhos numa canalhice bem-intencionada.
Prometo ser breve e o descuido não doloso.
Todas as noites caiem, aprendi na tabuada.
E algumas entregam o sonho que queremos usar, bebendo-o em copos plasticamente de audácia. Porque não ser feliz, como o poeta diz, é dormir no teu olhar cangaceiro e deslizar as mãos no teu corpo para te entregar malmequeres que saem de mim como se fossem ternuras e acordar se calhar numa cascata florida.
Como se usa lá pelo natal.

,2016,06aNTÓNIODEmIRANDA

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