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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MINUETE

Não é justo que todos os outonos lavem as paixões tardias
transformando-as, com a sua pressa de inverno,
num qualquer instante inacabado.
O que faremos ás palavras nunca ditas,
gravadas na almofada onde dorme
o sonho nunca lembrado?
Navegam elas num ventre lasso,
onde as botas lambem uma estéril melodia
rasgada com uma voz de lâmina.
Dançam agora marionetas minuetes num impulso quebrado.
Vou errando....
Ouvindo lamentos bulidos pelo vento.
Já começo a sentir a sua angústia.



.2015aNTÓNIODEmIRANDA
00h_08m

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Rubin Carter "Hurricane"



Professional boxer Rubin Carter was born on May 6, 1937, in Clifton, New Jersey. In 1966, at the height of his boxing career, Carter was wrongfully convicted twice of a triple murder and imprisoned for nearly two decades. During the mid-1970s, his case became a cause celébrè for a number of civil rights leaders, politicians and entertainers. He was released from prison in 1985, after a United States district court judge declared the convictions to be based on racial prejudice.

O MANUAL DE INSTRUÇÕES

O pai não pode dançar.
O nó da gravata, tropeça na azia.
Correu-lhe mal a faloplastia.
Tantos passos causam-lhe embaraços.
A mãe, atenta, só o vê pelo canto do olho.
A panela ferve ao lume. Vazia.
O caracol comeu todo o repolho.
O herbicida tornou-o zarolho.
O LP está furado.
Tem um risco maior que o meio.
A música salpica as paredes,
tentando animar uma osga concretamente surda.
O gajo de cima com a voz de castrati,
grita a plenos pulmões.
Está a testar o novo vibrador.
Não sabe inglês.
Não compreende o manual de instruções.
Pouca vergonha.
Ácaros pedrados.
Não fui eu que lhes dei os charros.
Por favor, quando tiverem tempo,
tirem-me deste filme.



.2015aNTÓNIODEmIRANDA

O ENGANO


Tsípras (Αλέξης Τσίπρας),

estava no desemprego.

Quis ser governo.

Enganou o povo grego.

Varoufakis, engatou a embraiagem.

Conferencia pacatamente noutra paragem.


.2015aNTÓNIODEmIRANDA

AFINAL HAVIA OUTRO...

Ao volante do panamera,
cantava para si próprio :
“ di ki mi vali
a minha boa vida de palyboi,
si entro no meu carro,
e logo a solidão mi doi...”
As lágrimas turvam-lhe o olhar.
Por mais que tentasse ,
não lhe saia da cabeça aquela imagem:
Afinal havia outro,
na minha cama com ele.



.2015aNTÓNIODEmIRANDA