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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Senhor Alberto Mesquita da Cunha

Tive a honra e privilégio de conhecer este SENHOR.
Faleceu em 27 de Outubro de 2010. Até sempre.

Abaixo a resposta ao meu poema "Técnica Mista"
Muito Obrigado.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

E NÃO SE ACEITAM RECLAMAÇÕES !

                                     Talvez seja tempo de iludir a realidade,fintar a ilusão da vida
                                     e com um golpe de rins salvar o que ainda me resta
                                     depois deste  naufrágio.



Encharco-me de álcoois vitaminas venenosas e abraço ilusões com doses temperadas de desgosto.Esgoto a publicidade com chupadelas ávidas dum sabor diferente.Piso os caminhos da memória num arco-íris de delírios e sorrio sofregamente manias de alegria. Onde está a minha sombra? Valerá mesmo a pena remar contra esta maré sempre vazia sempre nua e fria,onde afogamos ondas de optimismo? Os sorrisos cúmplices perdem-se rapidamente nos tragos amargos das derrotas.


                                      Mentalidades sifilíticas !!!
                                      Orgias de estupidez abusivamente declarada.
                                      A vulgaridade deslizando sinuosamente entre coxas                      
                                     de responsabilidade anónima limitada ao preço dos casacos de                                             peles,da minha pele e do meu nojo enjoado.Perfumes enganadores.
                                     Leites da colónia da cópula. Publicitem com a devi antecedência              
                                     a próxima fornicação celestial.                   Bilis deliquente :
                                     não me bastava ser o meu coração um guerrilheiro do amor.

                                     Envolvimentos misteriosos na sombra da noite, dos amantes fugitivos.


                                    ANJOS SAÚDAM-NOS COM OLHARES BENEVOLENTES.


Boa sorte !

happening na avenida da liberdade

Ela
a estátua estava
nua

ele
o polegar

trezentos anos
que estava
imóvel


- olhou - pensou - & tirou uma camisa de
vénus da embalagem
&
enfiou - a
no polegar da
estátua.


- assim se fode


a imobilidade !

Para não dizerem que não falei das flores

inútil desenhar sonhos, pintar sorrisos e evitar olhares.



Lembro-me de tudo o que quero e logo desejo que a memória não fosse senão uma vaga ideia. Olho-me e revejo tempo passado em obrigações plásticas que preenchem o vazio que sou. Não sei remar nesta maré e odeio a teimosia com que o meu barco me leva sempre ao mesmo ancoradouro. Derroto-me com sabores de vitórias e abusivamente optimista espero. Aguardo dias diferentes emoldurados com flashes de recordações. Ausento-me. Despeço-me sem partir, chego sem nunca estar presente. Jogo o mesmo jogo num projecto de vida que não passa dum casino (e aviso que o meu cú não é uma slot machine). sou violado observado controlado analisado etiquetado limitado.


lentamente
como se o vento fosse meu amigo, escondo-me em sorrisos de circunstância.
Caminho ao acaso no meio de gente ausente.
Solitário, na paz do jardim das árvores brancas decoro epitáfios e sorrio solidários ás flores de plástico.
Pele & ossos !
Uma mão cheia de tudo a outra cheia de nada : esta imagem não me é estranha.
Tú, tú que sabes tudo da solidão do mar

tú que sabes tudo da tristeza e dos seus sabores,
... ajuda-me a encontrar o caminho das flores.


Fecho este lugar sem portas, abraço o cheiro das suas ausências beijo memórias e guardo guardo secretamente lágrimas de
raiva.
Perdido nestes passos sem volta,
adio a viagem desejada. Atento á traição das palavras, alheio-me frequentemente do seu significado. Finjo que ouço mas não esqueço.


Então, acontecem as memórias que se
estendem pelo mar da desilusão.

o oceano não chega para me afogar !


Respiro naturalmente o
meu próprio nojo. Sorrio
risos cúmplices e
cansados com hálito de
tabaco e álcool. Hesito
sem convicção e não
resisto. Agarro a
vontade, pego na caneta
e ritmo palavras ao som
do flamenco proveniente
to teclado.


COMO SE FOSSE POETA ...

95.AGO.08

Paranóia à quinta feira

hoje é quinta feira
não sei porquê mas adoro as quintas feiras
há menos pessoas na rua
vejo menos óculos e menos olhos
que me dizem sempre o mesmo : nada
( talvez esteja aí a maior prova de que
realmente existe deus ... )
quando era miúdo, ao falarem -me de deus
contaram que ele queria que todos nós
fossemos iguais. ( penso que era comunista )
observo as pessoas
quando não posso beber um gole de whisky
ou fumar ou pensar ou falar com um rafeiro
ou ler a página da necrologia do
diário de notícias
( quando morrer gostava que também
me incluíssem nessa página )
hoje
talvez seja 5ª feira ... não !
não gosto desta quinta feira porque chove.
se quiser andar tenho de atravessar uma
floresta de guarda-chuvas-também não
gosto deles : são todos iguais !
atenção !
pela primeira vez penso em
transformar - me em guarda chuva ( apaixona - me
a ideia de qualquer pessoa poder
transportar - me ).
anuncio :
jovem de boa posição social.
elemento mal integrado.
solteiro e educado.
procura cientista culto que o
transforme em guarda chuva.
resposta com curriculum.
guarda - se sigilo.
merda ! hoje é quinta feira e os
cientistas não trabalham.
apetece - me fumar !
vou pedir boleia
apetece - me o poema, vou ler :
agarro na lista telefónica.
porra ! tem mau aspecto ...
estou no pigalle.
fazem - me imensa confusão os nomes
das garrafas expostas nas
prateleiras.
mas hoje é quinta feira
é dia santo e talvez mesmo eu
acredite em santos.( quando morrer
gostava de ser santo )
olho para a rua.mais uma vez o sol. (digo
isto porque as pessoas adoram o sol
pr`a se bronzearem ).
hoje é quinta feira e as pessoas
não mudaram de fato. fumam mais
pensam mais lêem mais olham mais
e estão mais nervosas.
hoje é quinta feira e o frasco da
mostarda continua amarelo. gostava de
ser mostarda ou empregado de café para
meter um pingo de cancro em tudo
aquilo que me pedissem.
hoje é quinta feira : dia mau muito mau
para o marketing : para ganhar a vida :
para a pesca : dia optimamente bom
para fumar.
hoje é quinta feira e vou à praia.
nb:
pela primeira vez penso em ser
rímel ou base : agrada - me a
ideia de contribuir para a
máscara colectiva.
as pessoas falam alto - cada vez mais
alto - ainda mais alto ...
e isso irrita - me.
hoje é quinta feira e são 14 horas e
10 minutos.
o sol ainda não apareceu ! ( ontem
deitou - se mais tarde : esteve a ouvir
bach com um amigo ).
hoje é quinta - quinta - feira ( 5ª feira )
bom dia tás bom ?
olá tás porreiro ?
o que estás a fazer ?
paga - me uma bica
queres ir ao cinema ?
empresta - me uma moeda pró telefonema
o que estás a ler ?
adeus miranda.


hoje é
q - u - i - n - t - a - - f - e - i - r - a ...
confirmo !!!
as perguntas os olhares
as respostas os sorrisos
- NÃO MUDARAM !


74abr11

requiem por pablo neruda

os
olhos do poeta
são
vulcões que eruptem
a
cada golpe de machado
sentido
nas palavras
as palavras são setas
e
o seu significado
a
sua direcção
a
sua força
nem
pedras
nem
ventos
podem impedir.


a voz do poeta
nem
a morte a calará.
porque o mundo
é a pátria do poeta.

poema realista de amor

dá - me :
uma veia
uma lágrima
uma lâmina
a mão
um sorriso
um olhar
uma flor
amor

e :
quando acordares
lembra - te que ainda
não nascemos.

poema para harpo marx

Harpo morreu !
Olhem para as lágrimas
Rolando pelo chão !


Dizem que é chuva caindo .


Não !
O
Céu
Está
Chorando .

poema para che guevara

ter - se - ia rubens
esquecido de pintar
todos os pássaros de vermelho ?


oh !
talvez hoje
não existissem
gaiolas.

2004fev20

porque choram o amor

quem poderá dizer
porque choram o amor ?
eu não consigo compreender
eu contei-lhe todas as mentiras
dediquei-lhe todas as carícias
ás vezes com beijos obrigatoriamente fingidos
no som dos gemidos
: sonhei
alegre e triste fiquei
mas eu contei-lhe todas as mentiras
não apenas as suficientes
sorri risos ausentes
mesmo o seu ego com o esperma inundei
dividi o meu coração em tiras
mas ninguém nelas pegou
mas eu contei-lhe todas as mentiras
não apenas as verdadeiras
amei-o de todas as maneiras
mesmo com palavras traiçoeiras
mas ele a mim nunca amou
porque choram o amor ?
eu permiti-lhe toda a ficção
todas as ausências
e abusivamente chorei os sons do seu silêncio
os sonos espancados
caçando os meus sonhos
perseguindo os meus medos
confiei-lhe todos os segredos
provei mesmo o sabor da sua dor.
porque choram o amor ?


2006jul31

TENHO UM SEGREDO

Tenho um segredo.
Que não posso contar
Quem eu conheço
Não sabe escutar
É só um segredo
Nada mais para além disso
Não fala de medo
Não condiz com o riso
É só um segredo
Não posso contar
Talvez fale duma estrela
Que me põe a voar
É só um segredo
Que ninguém quer ouvir
Fala de alguém que está sempre a fugir.
Tenho um segredo…
Não tenho juízo.


ago.2010

TEMPO DE ANTENA

Eu sou o candidato que promete tudo mais barato
Não se vai arrepender quem em mim votar
Casas para todos escolas para todos
Telenovela ao almoço e jantar
Emprego ?
Só para quem tiver vontade de trabalhar
Eu sou o vosso candidato
Não estou aqui para enganar
Quero votos quero votos quero governar
Quero ser o vosso presidente
O vosso amigo permanente
Eu só vos quero ajudar
Vocês não podem viver sem o poder
Obedecer obedecer obedecer
Obedecer sem saber
É o vosso único dever
Eu sou o candidato
O óptimo candidato que nunca se atrapalha
Falte a carne ou falte o pão …
Comigo o povo até come palha.


Senhores telespectadores:
O programa preenchido por este espaço de tempo, é da inteira responsabilidade da associação dos inválidos que nos governam, assim como daqueles que poderão vir a causar-nos os mesmos danos.

comentário :

O GOVERNO É COMO UM PENICO :


MESMO VAZIO OCUPA ESPAÇO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TOMARA

Tomara
Que a minha alma
Me traga sempre
O teu sabor
Ai
Quão difícil
É o meu existir
Esta vontade de partir
Dividir o céu
Estar
Voltar
Fugir
Tornar a ser eu
Beijar
Esta lágrima
Vertida num cálice
Exangue de dor.

Set06.2010

FOI SÓ UM BEIJO

Foi só um beijo
Que já é saudade
A ambição descansa
Num canto divino
Que a alma me alcança
Foi só um beijo
Com sabor a erva santa
Ouve-se o gemido
Tapa-se o grito
Hoje tudo continua
Com a mágoa permitida
Silêncio na noite
Golpe na vida
Mal vivida
Poesia inventada
Veia mal cortada
Mas a intenção
Era pacífica


Set06.2010

vale a pena ????

Vale a pena
A tua vida tão pequena
Feita renúncia repetida
Beco sem saída
Sem lugar para a viagem
Receita assistida
Não te enganes na embalagem
Tudo com contrapartida
Inteligência desistida
Realidade discutida
Estabilidade social não garantida
Só a felicidade permitida
Emoção escondida
Vale a pena a tua vida ?
Mal resolvida
Repartida
Vã tentativa.

ago21
.2010

X-acto

corto-te

quando quero
palavra
mal dita falada
desespero
mato-te
com o x-acto
no sitio certo
golpe exacto
palavra
sem sentido
acto dorido
momento sofrido
grito fugido
das tuas teias
corto-te
num golpe
que esvazia as tuas veias
corre
morre
abraça a liberdade
que tanto receias.

Set01.2010