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terça-feira, 30 de junho de 2015

BRECHT. Antes que seja tarde! (Com 1 abraço para a GRÉCIA).






 
(Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956)
Nascido Eugen Berthold Friedrich Brecht na Baviera, Brecht estudou Medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Filho da burguesia, sofreu, como todos em seu país, a sensação de desolamento de encarar um país completamente destruído pela guerra.Depois da guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Já em Munique, as suas primeiras peças (Baal (1918/1926) "Tambores na Noite" Trommeln in der Nacht(1918-1920) ) foram levadas ao palco e Brecht conheceu Erich Engel com quem veio a trabalhar até ao fim da sua vida. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizado por Fritz Kortner e dirigido por Engel, tornou-se no seu primeiro sucesso.
O totalitarismo afirmava-se como a força renovadora que não só iria reerguer o país, como se outorgava a missão de reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética, com sua bem-sucedida implantação de um regime socialista, o que significava esperança para um povo sofrido como o da Alemanha naquele período. É a este último grupo que Brecht vai se unir, na ânsia de debelar o seu desespero existencial. No entanto, depois de Hitler eleito em 1933 Brecht não estava totalmente seguro na Alemanha Nazi, exilando-se na Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lenine da Paz em 1954.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

PARABÓLICAMENTE FALANDO


Sento-me sempre do lado errado. Dizem as cabeças mal intencionadas.
Não dirijo nada. Não me interessa saber de que lado sopra o vento.
Na minha única confissão informei o padre que vou andendo conforme deus me vai fodendo. Parabólicamente falando, a geometria atrapalha-me, faz-me azia e só desenho com todo o desdém e empenho, as minhas hipérboles. Sou ignorante perante tanta ausência de sabedoria. Não quero ser honesto. Nunca dividi nada, sem ficar com aquilo que mais me interessa. Tento sempre a batota, não me atinge a chacota, mijo de pé, sacudo a pixota e limpo sempre a gota que fica na pia. Nada tenho contra a batina, qualquer capa me desatina. Sou tão simples como um jack daniel`s sem gelo. Não gelo com o frio, não arrefeço fora de horas. Fuck food não é bem vinda. Courato nacional, pé descalço, nunca como folclore. Blues, sempre! Para o coração um melhoral.isto está mal,e, duvido da proveniência da aspirina. Estou tão sóbrio que até dá pena. Temperatura amena. A urina passou no teste de álcool da brigada. O tenente estava ausente. Ficou contente. A namorada vai renovar o prazo de validade, mas o selo foi mal colado. Fui apanhado em contra-mão, mas o perigo estava do outro lado. O general era cristão, o sargento compreensivo, o coronel cornudo, o alferes arrependido, o major fazia amor com todo o pundonor, mas só com uma mão. A mulher queixava-se dum certo ardor, talvez fosse da higiene do recruta. Lembrem-me para naquela ocasião especial, não me esquecer da condecoração. O hino será tocado, o hímen perfurado, o cartão de cidadão queimado.
Tudo feito em conformidade. Tudo normalizado.
Aqui ninguém é filho da puta.


,2015, junho26_04h15maNTÓNIOdemIRANDA

Bonnie Raitt, Lowell George, John Hammond and Freebo 10/17/72 Ultrasonic...


Buddy Holly -THAT'LL BE THE DAY - Original song


Eddie Cochran - Summertime Blues - Town Hall Party 1958


Nadine ~~~ Chuck Berry ~~~ Melbourne 1989


Little Richard - Whole Lotta Shakin' Going On - It's Little Richard 1963


Little Richard - Whole Lotta Shakin' Going On - It's Little Richard 1963


Jerry Lee Lewis - Great Balls of Fire


Ben Harper & Charlie Musselwhite - Get Up!


Boa Sorte (Good Luck) - Vanessa da Mata feat. Ben Harper


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Narcís Perich - Cançó del matí encalmat






Cançó del matí encalmat


(Salvador Espriu - Raimon)




El sol ha anat daurant
el llarg somni de l'aigua.
Aquests ulls tan cansats
del qui arriba a la calma
han mirat, han comprès,
oblidaven.
Lluny, enllà de la mar,
se'n va la meva barca.
De terra endins, un cant
amb l'aire l'acompanya:
"Et perdràs pel camí
que no té mai tornada".
Sota la llum clement
del mati, a la casa
dels morts del meu vell nom,
dic avui: "Sóc encara".
M'adormiré demà
sense por ni recança.
I besarà l'or nou
la serenor del marbre.
Solitari, en la pau
del jardí dels cinc arbres,
he collit ja el meu temps,
la rara rosa blanca.
Cridat, ara entraré
en les fosques estances.

EDDIE CLEARWATER / CAME UP THE HARD WAY


quarta-feira, 24 de junho de 2015

PORQUE HOJE É 6ª FEIRA...


- As melhores expectativas que têm de mim, são aquelas que não me dizem respeito.

2º - O meu despertador não funciona : as minhas horas não confiam nele.

- Grau a grau, enche o termómetro o papo.

- Não adianta chorar sobre o leite condensado. O pudim ficará de certeza molhado.

- As sardinhas enlatadas mostram sempre um ar incomodado.

- A cavalo dado, geralmente falta-lhe a cela.

- Não sou de tirar a camisa para oferecer. O tempo está muito instável.

- Complicamos tanto a fidelidade, que ela agora não passa de uma companhia de seguros.
Qualquer apólice é uma certeza enganadora.

- A inteligência é uma relatividade sem teoria.


,2015aNTÓNIODEmIRANDA

CONVERSA COM UM ET

Olhou.
Abusou.
Mirou-me abundantemente.
Com superioridade.
Liquidei-o quando lhe mostrei
o manual de instruções
para colocar o saco no aspirador.




,2015aNTÓNIOdemIRANDA

BOB (o sem abrigo de Santos)


Come alguma coisa que lhe dão, embrulhada em papel de alumínio.
Que vida triste tem agora para viver.
Tinha tantos amigos, quando era ele a pagar.
A vida era boa, mas não a soube viver.
Que poderá ele ser, quando querem que faça o que nunca soube.
Embalado num funaná, sente-se pequeno.
Tão pequeno que já cabe na sargeta.
Desenharam-lhe a vida com uma história que não lhe pertence.
A nossa solidão é tão triste.
Bebedeira de frases que não consigo dizer.
Bastou um olhar.
Sobrou a covardia da angústia e uma tentativa inútil.
Recusei a vontade de lhe tirar uma foto.
Não sou digno de roubar esta alma.
Não sou o poeta das palavras difíceis.
 
 
,2015aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 23 de junho de 2015

NINE BELOW ZERO



O que sentes, quando mentes que foi a última vez? Quando o que prometes acabar, continua ainda mais rápido? Continuas á caça numa brincadeira que nunca faz de ti rato ou gato. Encharcam-te de comprimidos quando te miram com os olhos do ódio. Angústias limpas como se fossem nódoas. Raiva a seco. A etiqueta da lavandaria, onde tudo o que te pertencia foi passado a ferro, agora só referencia o dilema que sempre te acompanhou. Depois de tanto amor prometido, só um de nós é que amou. Sempre que tentaste erguer-te do chão, todos se riram sem saber o que acontecia na tua cabeça. A vida merece mais do que isto. Não pode ser uma trip de merda, dirigida por um piloto com olhos azuis e madeixas no cabelo, rosto escanhoado perfumado por um after shave de trampa, roto, cunivente com a hospedeira, sempre pronto a fazer greve, na tentativa de refrear a ideia. Toda a gente tem medo de morrer. Não se escolhe a rota. Olhas através da vidraça com o punho sempre pronto. Sentimento engraçado. Está tanto frio no meio do meu mundo. O verdadeiro jogo não acaba aqui. Não se aproveitem de mim. Sou um velho cansado sem palavras para dizer. O meu desejo continua a acreditar, e o meu choro enche a chuva. Sou mais feliz assim. Tanta luz, mas só alguma acendeu a tristeza. Tenho em mim a certeza de não poder desperdiçar mais tempo. Que sentimento! Este beco tresanda a vagabundos podres. Esconderam as carícias num buraco. Não encontro o canto onde escondi o meu pranto. Todo o amor é um tempo com verbos difíceis. Já parti tanta coisa! Discuti com os poetas que estudam as regras dos versos. Saltei tantas ameias que não sei o que fazer com um corpo que já não me pertence. Tenho sempre uma canção triste na minha cabeça. Nunca me posso detestar, nem odiar as coisas que a mim dizem respeito. E também aquelas que discretamente dizem quando falam de mim. Vou continuar a ignorar, o olhar por cima do meu ombro, porque nunca saí de mim próprio. Sempre odiei mentes paradas : oferecem-me sempre um olhar menor, ainda mais pequeno do que elas. As decisões elevadas confinam o meu ódio, tentam ocasionar o fim daquilo que continuo a querer ter na minha cabeça.
 
 
,2015aNTÓNIOdemIRANDA

AS TIAS DE MIJAFLORES

As tias de mijaflores, são cornélias avacanhadas.
Moldam as banhas nos ginásios com a fútil intenção de se tornarem oferecidas. E falam sem o mínimo pudor dos pobres de Atenas. Bamboleiam-se como geleia, fazem sexo em colchões satânicos, molham beijos balsâmicos, soletram arrojos marinados numa água de colónia previamente infectada por um tédio resolvido no psicólogo. Têm um ou mais amores as tias de mijaflores. Frequentam o personal trainer, têm impulsos dinâmicos disfarçados com pulseiras no tornozelo, madeixas ao vento no cabriolet, falta de zelo. As mais ousadas estão tatuadas, deitam fumo pelas narinas, não se fazem acessíveis, não são credíveis, gostam de ténis agarram em pénis, jogam raquete, mastigam chiclete, olham sempre com um desdém fingido para o fruto apetecido. Conversam com dor de cotovelo, não mostram inveja quando se miram disfarçadamente, não dizem asneiras, fingem pauperrimamente uma surpresa na introdução. Mentem dizendo sempre que é a primeira vez. São básicamente elementares, têm pressa nos preliminares,mostram poses orgásmicas expelem catarro,esquecem o cigarro e gozam roucamente com nuances asmáticas.Confundem carpaccio com fellatio, enjoam-se com tantos odores, estes estupores. Dizem no meio do grito que gostam dele firmo e hirto, pedindo para eu não pensar que são umas debrochadas. Lêm revistas da treta, algumas têm jeito para a punheta, gostam de fancaria e nunca dizem não a uma orgia. São assim as tias de mijaflores : falam muito melhor quando estão caladas.
Gostam de uma cama qualquer num lugar discreto e sossegado.
Ajoelham-se e rezam preferencialmente dentro de porches. Na igreja não, que pode ser pecado.


,2015aNTÓNIOdemIRANDA



 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Porque hoje é 4ª feira. (Possivelmente véspera de 5ª) ou (uma explicação sobre a influência dos raios X no comportamento das pessoas Y).


As minhas certezas, para certas pessoas, podem dinamizar uma dúvida .
Eu querer enganar a vida.
Mas, sinceramente, alguma vez eu reneguei a minha vida?
Os truques inteligentes, geralmente são admitidos por pessoas que gostavam de ser inteligentes. Mas a inteligência , nunca será uma condição necessária. A condição essencial, ´é não querer s...er estúpido.
Há muito tempo, que eu e a genética, não nos admitimos.
 
 
 
,2015aNTÓNIODEmIRANDA

GENTE DA MINHA TERRA

Ó gente da minha terra
Está na hora
De mandarmos à merda...
Quem de nós ainda pensa
Em tons
De fado menor.
Português do mundo?
Sempre!
Europeu de cee?
A mim, não me apetece!





_2014aNTÓNIODEmIRANDA

CAMARIM


Agora
Que as luzes se apagaram
Não vale a pena fingir...
O actor que nunca quis ser
São poucas as vezes que quero
São muitas aquelas que não queria ter
Erros meus
Sem fortuna
Hipótese menstruada
Morte anunciada
Não passa de um verbo
O não ter querido querer
Não tenho em mim
Aquilo que desejei acontecer.
Não ligo bem com o passado.
Detesto a sorte que sempre me mente.
Nunca poderia ter sido diferente
Mesmo com a alma encharcada de ausências
Que doem para sempre.




,2015aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 15 de junho de 2015

NÃO GOSTO DE TI, ALEMANHA. (Com um abraço para a Grécia)


Não gosto de ti, alemanha.
Não percebo nada do que dizes.
Não preciso da tua ajuda hoje.
Não quero o teu amor esta noite.
És uma esponja.
Não gosto da importância
da tua ganância.
És objectivamente cretina.
Normalmente imbecil.
Tenho um golf com 130.000 kms.
Que se peidam para ti.
Todos os dias.
AUSCHWITZ, foi uma chatice.
HITLER , uma distração.
MEIN KAMPF,
a tua bíblia sangrenta.
Nunca me sugeres nada de bom.
Tenho para ti,
o nojo conveniente.
O asco da gente decente.

2015.03.24aNTÓNIODEmIRANDA

sábado, 13 de junho de 2015

07/03/2015 _Lançamento do livro“LIVRARIA BUENOS AIRES”_aNTÓNIODEmIRANDA | Editora Tea For One | Miguel Martins.

Agradeço a todos os presentes a alegria que me deram. Permitam-me um obrigado especial ao HARMONIA (Conjunto Português de Harmónicas), pela extraordinária perfomance com que nos brindaram, à Sandra Filipe e BarAbarraca, pela amizade e disponibilidade, ao Miguel Martins (Tea For One), pela amizade constantemente renovada, e, claro para a Carmo Ascenso, a amiga das fotos a p.b..
Todos ficamos felizes, e meus amigos, não fizemos mais do que a nossa obrigação.
Obrigado!
aNTÓNIODEmIRANDA



























sexta-feira, 12 de junho de 2015

FERNANDO LEMOS







Nasceu em Lisboa, em 1926. Actualmente, reside em São Paulo, no Brasil. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e o curso livre da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Com um percurso profissional ligado às artes gráficas e à publicidade, Fernando Lemos circula por muitos territórios da arte ao longo do seu percurso. A sua obra multifacetada estende-se ao domínio da pintura, do desenho, da ilustração e à fotografia, campo que alcançou maior visibilidade pública nos últimos anos. A ligação de Lemos à fotografia tem lugar na passagem da década de 40 para a de 50, no período em que desenvolve a sua actividade artística junto do Grupo Surrealista de Lisboa e em que participa na exposição Azevedo, Lemos, Vespeira, realizada na Casa Jalco, em 1952. Nessa mostra, o artista apresentou 55 trabalhos fotográficos.
Desse núcleo de imagens, fazia parte um conjunto de 30 retratos, em que o artista utilizava dispositivos da fotografia manipulada para afirmar certos traços característicos da personalidade e da obra da personagem retratada, e uma série de composições encenadas, de que é exemplo Intimidade dos Armazéns do Chiado, escolhida para figurar na capa do catálogo da citada mostra na Jalco. Nessas fotografias pontuavam os emblemáticos manequins de montra, descobertos na oficina de consertos dos Grandes Armazéns do Chiado.
Nesta e noutras fotografias, o Surrealismo revela-se claramente nos efeitos alcançados, na exacta medida em que os objectos adquirem uma presença enigmática, devido ao uso de efeitos de composição, à iluminação e a técnicas como a solarização e a sobreposição de duas ou mais imagens. É a prova de que, para Fernando Lemos, a fotografia não se constitui enquanto representação mimética mas como possibilidade de entrever um itinerário poético onde o que é familiar e comum pode facilmente dar lugar ao inédito e à revelação do lado secreto da realidade.

Arman (Armand Pierre Fernandez) | 1928 - 2005

Escultor e coleccionador de origem francesa, Arman desenvolveu a sua actividade sobretudo nos Estados Unidos. Estudou na Ecole des Arts Décoratifs de Nice entre 1946 e 1947, onde iniciou uma forte amizade com Yves Klein, com quem organizou Happenings e outras acções a partir de 1953. Em 1949 mudou-se para Paris e estudou na Ecole du Louvre onde, numa exposição em 1954, descobriu o trabalho de Kurt Schwitters que o levou a abandonar o abstraccionismo lírico da época. O seu trabalho consiste na acumulação de vários tipos de objectos, sobretudo de origem doméstica. A partir de meados da década de 60, Arman intensificou as suas visitas aos Estados Unidos, tornando-se cidadão americano a partir de 1972. Participou nas documenta 3 e 6 em Kassel. Juntamente com Klein, Tinguely, Raysse e César, é considerado como um dos principais representantes do Nouveau Réalisme.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

CÃES DE PALHA (Sam Peckinpah)


Ama-me, até ao fim do mundo
faz de mim um vagabundo.
Eu prometo gostar de ti
no meio da palha
como fazem os cães felizes
que para isto, não têm horários.
Ama-me com todas as hipóteses
da estrela tardia
enquanto a coruja ralha
tentando distrair
os ouvidos curiosos.
Ama-me com um amor assassino
despido de todos os prazos.
Gosta de mim,
nós somos assim
ausentes de todos os cenários.


,2015aNTÓNIODEmIRANDA