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segunda-feira, 6 de junho de 2016

O PÓ DOS LIVROS

Uma lágrima sortuda
desviou-se do seu pranto
ainda o prognóstico não era reservado.
O desgosto era inequívoco
e a malvadez
maldosamente dissimulada.
Quieto,
o rio remava
um desconforto
sem fio nem navio.
Lá fora, queriam trocar abraços
mas ninguém se mostrou interessado.
Os mais fiéis,
de joelhos espremiam orações,
porque tinham aprendido
que era assim que as borbulhas
eram tratadas.
Não era fácil qualquer caminho
e as possibilidades aritméticas
tinham todas as fórmulas erradas.
Os factores já não eram comuns
e nos seus voos tontos
desenhavam logaritmos nas vidraças.
Cálculos irracionais
desconfiavam da constante diferencial.
Nuvens enevoadas
iluminavam o pó dos livros.
… Algumas palavras sentiram-se envergonhadas.

,2016,06.aNTÓNIODEmIRANDA

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