Isto
é um processo criativo e é bom que se diga isto para que as pessoas
não pensarem que tudo é arte. A procura da interpretação é uma
tentativa inócua aprendida nos manuais. A intenção visual nunca
poderá estar condicionada por um conhecimento mal intencionado. Se
eu vejo uma vaca no campo, o que efectivamente eu quero ver, é uma
vaca. É esta a minha foto policromática. O resto que também eu
olho é uma sequência como outra qualquer. Felizmente tenho alguma
experiência prática daquilo que estou a escrever. Trabalhei alguns
anos numa leiloeira e aquando da exposição pública das obras que
me deram a honra de nelas pegar, fui amiúde confrontado com
comentários do género: 2 riscos? Isto também eu fazia. Diante de
tanta presunção e bazófia, em lugar de os mandar à merda,
respondia : claro que sim. Mas não perca tempo. Já está feito.
Essencialmente o que me apaixonou nesses tempos de privilégio, as
pessoas diziam trabalho, foi a possibilidade de ter nas mãos obras
de artistas que até então só tinha visto penduradas nos mais
diversos lugares. Mas dizer até amanhã ao AMADEO
DE SOUZA-CARDOSO WILFREDO LAM VIEIRA DA SILVA ARPAD SZENES PAULA
REGO MÁRIO BOTAS FRANCIS PICABIA ERRÓ CARLOS BOTELHO FERNANDO
CALHAU RENÉ BERTHOLO ALFREDO GARCIA REVUELTA CÂNDIDO COSTA
PINTO MARC CHAGALL EDUARDO LUIZ JOAQUIM RODRIGO PETER KLASEN FERNANDO
LANHAS SERGE POLIAKOFF RUI CHAFES ANTONI TÀPIES TOM WESSELMANN
VALÉRI ADAMI CARMEN CALVO PAT ANDREA JÚLIO POMAR CÉSAR BALDACCINI
KAREL APPEL GERHARD RICHTER MEL RAMOS MAN RAY uma esponja YVES KLEIN
HANS HARP JOAQUIN TORRES-GARCÍA SOL LeWITT JACKSON POLLOCK
ALEXANDER CALDER ARMAN…
Percebem?
Por
isso é que escrevo : que privilégio.
,2016,06.aNTÓNIODEmIRANDA
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