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terça-feira, 30 de novembro de 2021

SERVIÇO NACIONAL DA SAUDADE

 

5 avenidas no meu choro, 
enviam “sos” ao serviço nacional da saudade.
A linha de atendimento está contaminada. 
Aconselha um recolhimento sigiloso. 
Avisa que o importante é não alarmar. 
Pode tornar-se contagioso.
Não panique!
Não se danifique!
Obedeça às instruções, 
e, sobretudo não tente compreendê-las.
Cumpra os preceitos.
Cuidamos de si.
É para a sua morte
E o nosso bem-estar.
Dignifique o país!
Contamos consigo!

(+ uma vez
obrigado pela sua
submissão).

 

,2020Nov_aNTÓNIODEmIRANDA

VELHO TRUQUE

 

Sou a pegada de um vagabundo 
na procura dos sorrisos do teu 
olhar. 
Entrego-me nesta carta 
com todos os erros 
que não prometo repetir.
É tão rápida esta fuga, 
que nem a sombra irá lembrar.
Sorriso pousado na malga,
passeio a vida numa trela, 
entrelaçada com os ases do 
destino.
Velho truque.


,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA

Amy Winehouse - You Know I'm No Good

The Rolling Stones - Sympathy For The Devil (Official Video) [4K]

The Rolling Stones - Harlem Shuffle - OFFICIAL PROMO

Fado da despedida

Água Leva o Regadinho

Mariazinha é costureira - Cantares do Idolo

O ARROZ ESTA CRÚ JÚLIA BABO

domingo, 28 de novembro de 2021

A VISITA DO DESALENTO

 

Tenho 3 luas na minha algibeira,
disse-me o cachimbo de um sábio índio.
Enrola a vida numa velha manta,
e nunca a deixes cansar de remendar alegrias.
Aconchega os sentidos na penumbra
poeirenta,
e,
nada mais caberá na tua cabeça,
do que a visita do desalento.
Abraça a ausência do deitar ferido,
e, chora na  enxerga de lençóis desabitados,
mesmo que não consigas esperar a chegada
escrita nos anúncios do nevoeiro,
que espreitam na janela.
O que te espera,
quando com a solidão,
não consegues falar?

D. Juan foi brincar com a erva do diabo.

,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA

A fala do PORCO.


 

sábado, 27 de novembro de 2021

COMO DIRIA GROUXO MARX…

 

1 Estou farto de ver passar ratos nas minhas imediações!

2 O que tentam fazer da minha vida é uma treta!

Constato esse facto quando me dizem para votar naqueles que pretensamente a querem orientar.

3 Porque será que estás sempre acompanhada quando chego a casa sem tu dares por ela?

4           Só vos digo uma coisa:
quem não aparecer, é porque não foi.
5           Quem não deve,
não treme.

5           Atenção!

Para sua segurança,
não se debruce naquilo
que não lhe diz respeito.

,2017nov_aNTÓNIODEmIRANDA






SONHO - TE

 Sonho - te 

Dentro -  de -  mim 

Como se  a  v e r d a d e

Fosse  esse  momento 


,2021Novembro_aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

CONFESSO QUE ROUBEI A MAGNUM DO ROBERT LONGO

 

Sentado no “Jardim das Oliveiras”, Lisboa estende a toalha das nuvens tristes. 
Amo o rio, gosto das gaivotas que nele escrevem poemas. O mesmo gostaria de dizer deste tempo estranho, mascarado do amanhã duvidoso. As marés estão diferentes, sempre prontas para ludibriar a “volta d' mar”.
Vou por aí acariciando uma velhice não raivosa, ignoro o aviso do semáforo que alerta que faltam meia dúzia de segundos, mas educadamente não informa o que poderá acontecer. A cidade fugiu do mapa, escondeu as sombras auspiciosas, e elaborou um plano tão secreto que não tenho onde me esconder.
Não sou digno de tanta estima, mas está gravado nos editais que é somente uma enorme prova de consideração.
Eu gostava era da outra cidade!
Daquelas noites de bebedeiras no “Ritz Clube”, descer aquelas ruas, das conversas das amigas da “Avenida da Liberdade”, e mesmo do olhar invejoso dos curiosos.
Ah pois! Tudo mudou!
A calçada adaptou-se aos stiletto, os cheiros sopram aromas da futilidade, os relógios escondem as horas diferentes.
Tenho saudades.
É verdade que para nada valerá este desabafo. 
Continuo abusivamente cansado de exibir o passe da minha desavença social.
A sabujice espera no banco do jardim.
(Como de costume, recusei o convite).

,2020Nov_aNTÓNIODEmIRANDA



Miraflores. Espermatozóides à solta. O Isaltado é danado para a brincadeira.

 





terça-feira, 23 de novembro de 2021

Jack Kerouac

 



"I just got back from Lisbon, Madrid, Munich, Geneva, Stuttgart. Travelled there with a bunch of Greek-in-laws and friends. Had balls in Lisbon and Madrid."

― Jack Kerouac, Jack Kerouac: Selected Letters, 1957-1969

📷: Kerouac Estate



hÁ dIaS AsSiM ...

 




quinta-feira, 18 de novembro de 2021

POST SCRIPTUM

 

Não subestimo a admiração.

Mas admiro muito mais o respeito.

2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

ORA PRO NOBIS

 


ORA PRO NOBIS (1)


Aquele pastor falava muito bem.
Estendia no condão que deus lhe entregou palavras que os ajoelhados gostavam de ouvir.
A importância dos seus gestos coincidia alegremente com a via-sacra, transpirada nas paredes do confessionário, 
assim como uma Cama Sutra animada em silêncio eclesiástico. 
Os pedintes, trajados de cinzento cerimonial, agradeciam a fome que vergonhosamente ostentavam.
Na última ceia, servida com comida vegetariana, os lobos ficaram lá na tenda
& comentavam entre si:
maldita fé que tanto nos atropela.

ORA PRO NOBIS (2)

O dó da piedade enforca tanto
como o nó da indiferença.

ORA PRO NOBIS (3)

Nunca pedi nada ao pai natal.
Os meus pais não tinham dinheiro
para comprar as suas mentiras.

ORA PRO NOBIS (4)

De boas intenções
continua o céu
à espera.


ORA PRO NOBIS (5)


Se sofreres de artroses nos joelhos
e de outros males congénitos,
evita a genuflexão no confessionário.
Nestes casos, e sem receita prévia, 
é permitida a felação.
A via-sacra,
na sua imensa aflição,
ofertará produtos de limpeza.


ORA PRO NOBIS (6)


Não tenhas medo
de contar o teu mais pecaminoso segredo
àquele que com o crucifixo na mão
ansiosamente aguarda a tua chegada.
Dá-lhe tempo,
porque ele 
en-
verga 
uma sotaina
com demasiados botões.

ORA PRO NOBIS (7)

Não ajoelhes
se isso te fizer doer.
Na sua imensa bondade
ele colocar-se-á
num nível adequado.


ORA PRO NOBIS (8)


Deus não dorme!
& se existisse
não teria tempo
para isso.
O seu ocioso rebanho
ocupar-lhe-ia
todos os 
milagres.


ORA PRO NOBIS (9)

A mão que te afaga
nunca pensou
que gemesses tão alto.
Pediu desculpa
por não ter desligado
o microfone.
Também é verdade
que a “glória in excelsis deo”,
de súbito, ficou com um som
estranhamente
roufenho.


ORA PRO NOBIS (10)


É tanta a fé
com que me querem entregar
outro aspirador
que terei de comprá-lo.


ORA PRO NOBIS (11)


Naquela ceia
faltou o rosé,
nem mesmo 
Ele
soube porquê.


ORA PRO NOBIS (12)

A minha conexão com deus
é feita através de um cabo
umbilicalmente
afectado.


ORA PRO NOBIS (13)


Velas a 50 sêntimos
são muito caras
para os meus centimentos.


ORA PRO NOBIS (14)

Deitado nas palhas,
no meio do cheiro
a merda,
não achei nada engraçadas
as mensagens com votos
de uma felicidade
eventual.

ORA PRO NOBIS (15)

Não sei porque
Te
louva
este bando de imbecis
que
só quando tem medo
tenta respeitar a tua
vontade.


ORA PRO NOBIS (16)


O que fizeste ao incenso
e à mirra?
O ouro,
é sabido,
navega,
tranquilamente,
numa off-shore.


ORA PRO NOBIS (17)


As tuas
beatas
são mais nocivas
do que os malefícios
do tabaco.


ORA PRO NOBIS (18)

Não levo a mal
que te confundam
com o
nenuco.


ORA PRO NOBIS (19)


Pai nosso,
vai chamar 
filho
a
outro.


ORA PRO NOBIS (20)


Só um deus
mentiroso
pode absolver
criaturas tão
indecorosas.


ORA PRO NOBIS (21)


Amai-vos
uns aos outros
&
de uma vez
por todas
deixai
de me 
incomodar.


ORA PRO NOBIS (22)


Olhai
para o que eu digo
e nunca para o que faço.
Não gosto de imitações.


ORA PRO NOBIS (23)


Ide em paz
&
que o meu
IBAN
vos acompanhe.


ORA PRO NOBIS (24)


Não posso 
queixar-me do meu padrasto.
Mas não é de bom pai
abandonar um filho
com um futuro tão auspicioso
nas mãos de um simples carpinteiro.



ORA PRO NOBIS (25)

Aquela vaca do presépio
pregou-me uma valente
brucelose.


ORA PRO NOBIS (26)

O burrinho até era simpático
Mas, quando começava a ficar nervoso,
tinha de me afastar
para não ficar com um andar esquisito.


ORA PRO NOBIS (27)


A minha mãe,
com o seu inocente cruzar de pernas
à Sharon Stone,
conseguiu a reforma antecipada
sem qualquer penalização.


ORA PRO NOBIS (28)

Resta-me agradecer
a maneira como fui recebido.
Em verdade vos digo:
não pedi
para ter
aparecido.








terça-feira, 16 de novembro de 2021

O HÁLITO SALGADO

 

Está frio no meio do meu sonho.

A pele estica-se fora da dor,

fugindo do sangue atropelado 

pela lama da vida.

Tenho na mão

o hálito salgado 

dos tempos morridos

desta espera constante.

Não posso pedir ajuda

a esta importância que me julga,

neste cambalear

com que embalo o meu vazio,

pensando iluminar as agruras

onde tanto me desanimei.

Estendo sorrisos

como se a eles alguém acenasse

e assim me envolvo em bolhas de cotão.

Vou passando em todas as ruas

como a areia do deserto

que sobrevive à falta da mais pequena ternura.

Chego sempre cansado

demasiado cansado

carregando o peso da minha ausência.

Descalço o olhar

escondo o desejo

alisando a memória

nas ilustrações esbranquiçadas

da minha ilusão.

Infinito é o bocejar do meu passado

feito com o polimento das pedras

que me atiraram.

Continuo apartado.

...depois de todo este tempo.




,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

ORA PRO NOBIS (1)

 

Aquele pastor falava muito bem.
Estendia no condão que deus lhe entregou 
palavras que os ajoelhados gostavam de ouvir.
A importância dos seus gestos 
coincidia alegremente com a via-sacra, 
transpirada nas paredes do confessionário, 
assim como uma Cama Sutra 
animada em silêncio eclesiástico. 
Os pedintes, 
trajados de cinzento cerimonial, 
agradeciam a fome que vergonhosamente ostentavam.
Na última ceia, 
servida com comida vegetariana, 
os lobos ficaram lá na tenda
& comentavam entre si:
maldita fé que tanto nos atropela.

,2017nov_aNTÓNIODEmIRANDA

Rebeca a vasculhar o roupeiro...

 


domingo, 14 de novembro de 2021

Muddy Waters & The Rolling Stones Live at the Checkerboard Lounge 1981

lou reed & antony - perfect day 11.22.02

Antony and Lou Reed - Candy Says (Legendado)

JIM MORRISON & JOHN LEE HOOKER

John Lee Hooker And Van Morrison: "Baby Please Don't Go" (1992)

HAZMAT MODINE - Yesterday Morning

Do blog do Miguel Martins.


 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

SEDUÇÃO

 
ABRAÇAS OS MEDOS DO COSTUME
O SORRISO DE UMA VEIA
TODOS OS TEUS PESADELOS
SÃO A REALIDADE QUE AFASTAS
QUALQUER DOR É O TEU SENTIDO
E MOSTRA-TE O CAMINHO QUE NÃO SABES PERCORRER.
TODOS OS DIAS
DEVIAM SER DE SEDUÇÃO
TODAS AS NOITES TÊM DE TER AMANTE
E A INTENÇÃO DO AMOR UMA PRIORIDADE CONSTANTE
ÀS VEZES SENTES-TE CONFORTÁVEL
TALVEZ SEJAS UMA LÁGRIMA
QUE ESCORRE DOS OLHOS DO DEUS POR TI INVENTADO
TODOS OS MOMENTOS DEVIAM SER INEVITÁVEIS
TODOS OS BEIJOS OFERECIDOS
E O PRAZER QUE SEMPRE RECUSAS, FATAL.
TODAS AS TEORIAS SÃO BANALIDADES
TODO O DESEJO DEVIA SER LEGALIZADO
TODO O CONVITE NÃO RECUSADO
TODO O COMPORTAMENTO NÃO NORMALIZADO
TODOS OS DESTINOS NÃO COMPROMETIDOS.

jun2010aNTÓNIODEmIRANDA

SEC`ADEGAS - 12Novembro2014

 


terça-feira, 9 de novembro de 2021

E AGORA? DEITA FORA A HORA

 

Tenho de ter cuidado, não mostrar ar desconfiado, a polícia anda por aí. Caminhar descontraído, fingir que não estou fodido,  ter um aspecto decente. Não votei no presidente. Não tive vontade nem esquecimento, acelerei na consciência um esquentamento, e a puta da certeza da vontade de um povo com estímulo salazarento. Tenho pouco dinheiro e um caminho cada vez mais longo e difícil, que não sei, me levará a casa. Estou no supermercado, constantemente admirado pela frequência ilógica de pessoas que não alcançam o meu cheiro. Não ouço muita música clássica, mas monto bem qualquer bicicleta. Não sou bom no skate e devo dizer que nunca tentei a trotineta. Sou um atento conversador, e preencho bem histórias de amor estupidamente proibidas. Improviso destramente situações húmidas, difundo alguma curiosidade sulfatando ideias, e sei desde há muito tempo, que os ventos do medo quando nos gelam a face, não conseguem mostrar qualquer caminho. Não nos dão um só sabor para provar, e servem-nos a costumeira desilusão numa bandeja tão fria como a alma que gostávamos requentada. Caminho por aí ao acaso, quem me dera estar onde não estou, ainda não achei o passo desenhado no compasso, e é sempre verdade que nunca me quis passar por alguém que não eu. Comecei muito novo a ver drogados, que tiveram na seringa a heroína errada das histórias mal-intencionadas. O bem e o errado convivem amigavelmente, e vontade e mentira fingem uma aparência pacífica. O caminho da luz, aquela enganadora sedução, induz o sim apropriado disfarçando o verdadeiro. Não há quem, em ruas que cortam, ande à procura do amor com passos gelados, onde escorrega a dor, e fique admirado por lágrimas incendiadas guardadas na última algibeira. Ainda chora a ferida sempre acontecida. Embrulhámos a solidão num cachecol para agasalhar o caminho sempre difícil. E, vem à memória um solo da guitarra do Lou Reed, 
o amigo que conseguimos lembrar. Nada às vezes não é pouco, basta aquilo que nos acompanha na vontade de fugir. E há esquinas tão curtas, sempre oportunas para nos ajudar, para o pulo que nos põe a memória num tinteiro à espera da pena para as escrever, num papel de sangue, pluma insensata, sem data exacta para o deve sem haver, agora que já tenho tantos anos para caberem num satélite, que por demasiadas vezes já foi observado na tv. Mas as luzes acabam sempre por se apagar. E eu que tanto gostava de continuar a ver este filme, que nunca me deixa arrependido. São os brilhos do cansaço,  ou aquilo que não serei ainda mais, ou esquecidamente uma vontade não conseguida de voltar a ser criança. E são agora, poucos os soluços para caminhar esta vontade pintada num camarim, onde as estrelas estão sempre fingidas. Talvez uma vez mais não haja nada para dizer. Talvez as minhas coordenadas não sejam as correctas, e a luz branca nada possa encontrar. Talvez a minha carne não seja apetecível, o meu cérebro esteja confuso, o piloto distraído não atinou com o fuso,  e eu normalmente no último andar, disponível para uma queda vulgarizada. Só tenho a luz branca para me guiar.

Nada de especial aconteceu! 
Só estive a ouvir Rock`N`Roll.

,2016aNTÓNIODEmIRANDA

IMPRECAÇÕES PARA UM DEUS MENOR (a)

 

Não julgo ninguém pela sua aparência.

Deus disse-me o mesmo,

quando duvidei da sua presença !

,2016 aNTÓNIODEmIRANDA

sábado, 6 de novembro de 2021

O poeta Lawrence Ferlinghetti agradece o livro do António de Miranda.

 




REQUIEM PARA UM RECÉM-NASCIDO

O silêncio é um lugar sossegado.

Há gajas boas todos os dias, e nos outros,

também não.

Deixa-nos cansados de tanto tentar abrir janelas,

para um olhar sem nada.

Quietos, na espera da manhã atrasada,

celebramos os coros da esperança sem sentido,

enquanto salgamos as feridas que nunca fogem de nós.

Alegramo-nos no futuro derrotado,

e fugimos num passo miúdo,

antes que as lágrimas se riam.

Abraçamos qualquer possibilidade,

ao som das trombetas tocadas por músicos de ocasião, mascarados de talhantes,

hábeis conhecedores da vindima do sangue.

Bebei agora, o que de mim resta!

Claro que é pouco.

&

sobretudo,

não presta.

2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA


 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

AMBIÇÕES CALAFETADAS

 

Sou um homem triste na cidade dos caminhos perdidos 
- Navego na deriva dos anúncios que anunciam o amanhã sempre longe de mais
- Apago mais uma esperança neste circo de lugares vazios 
- O órgão encena um Bach tão desafinado como o som da garrafa que pouco a pouco, desafia a lucidez que não desejo 
- Farto - me facilmente dos talentos fabricados 
- A minha oficina de defeitos continua em laboração continua 
- Os operários da inútil salvação foram desviados para o batalhão das boas vontades 
- Saúdo com veemência a sua importância 
- Que ninguém proteja os incapazes!
- Ambições calafetadas fugiram para o pântano
- Todos sabiam que não havia caminho para casa.

,2020Nov_aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 2 de novembro de 2021

ISSO MESMO

 

Quando 

quiseres

um bom começo

rejeita 

as dúvidas

da

ignorância


,2021Novembro_aNTÓNIODEmIRANDA

FIDELIDADE

 “Rantanplan

sempre soube da dislexia do

“Lucky Luke”.

Mas...

nunca miou

sobre isso.

,2021Novembro_aNTÓNIODEmIRANDA





segunda-feira, 1 de novembro de 2021

DENTRO DO MEU TEMPO

 

Há um sangue de côdeas,
e a réstia da esperança
escondida na almofada dos
pesadelos.
Uma conta com saldo duvidoso,
um punhal que estripa migalhas,
um aceno sem fim - 
para aquilo que  teima em não desaparecer.
Há uma glória de origem falsificada, 
um quebra-horas abandonado, 
um cubículo semeado de estrelas 
que nunca acontecem.
Dentro do meu tempo,
fico indeciso no agitar da bandeira 
que me ignora.
Dentro do meu tempo,
cabem os restos do nada
com que me
multipliquei.
Dentro do meu tempo,
há um cata-vento que singra
gotas de desespero.

2019out_aNTÓNIODEmIRANDA