Pesquisar neste blogue

sábado, 31 de março de 2018

ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO

Orai por nós:
Os desertores da infâmia.
Os que com sangue regam gota a gota
as rosas com espinhos arrependidos.
Os que estão sempre prontos para cair na tentação.
Os que só ajoelham para determinada posição.
Os pervertidos da glória.
Os travestidos da memória.
Os que continuam a sonhar com outra coisa.
Os que não fazem outra coisa senão sonhar.
Os que teimam em tapar o buraco
da camada do ozono com bolas de naftalina.
Os que só pensam em introduzir no buraco do Osório.
Os que se vendem mesmo por preço irrisório.
Os sérios, os graves, os desanimados.
Os ridículos, os burlescos, os grotescos, os cómicos.
Os bizarros, os pífios, os tolos, os engraçados.
Os gozados, os satíricos, os caricatos.
Os disformes, os velhacos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os preocupados sem futuro.
Os desocupados no futuro.
Os medíocres.
Os que escrevem arritmias nos murais
das redes sociais.
Os que injectam doses optimistas.
Os que mantêm teimosamente
ventríloquos tresloucados
E entopem artérias
com todos os sentidos proibidos.
Os que amam nos tempos difíceis.
Os que dormem na vertical.
Os que morrem à pressa.
Os que demoram a viver.
Os que nos aborrecem sordidamente.
Os que usam nós de gravata
completamente desafinados.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os mal-educados.
Os analistas do fluído vaginal.
Os que pedem sempre desculpa numa frequência imoderada.
Os indiferentes.
Alguns indigentes.
Os menos inteligentes.
A carpideira.
A moçoila namoradeira.
O petiz aprendiz.
Os que não corroem a corrupção.
Os fatídicos.
Os distraídos.
Os mal dizentes.
Os mordedores de inveja.
Os sábios sem nexo.
Os que não têm de nós boas ideias.
Os que fugiram à boleia e voltaram de táxi.
O difícil sem fácil.
Os pensamentos mal frequentados.
Os esquisitos.
Os requentados.
Os esquentados.
Os bons e os malvados.
Os putativos.
Os inerentes.
A barata no topo do bolo.
O engraçado que só é tolo.
A dignificação.
A insubmissão.
A sublimação.
A efervescência.
O esturro do tacho.
Quem se deixa ser capacho.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A sílaba mal colocada.
O ponto sem nó. A exclamação desfocada.
Os desarrumados mentais.
E também os sentimentais.
Os que confundem bóbós com papos de anjo.
O padre que diz que perdoa.
O pecado que não magoa.
Os curandeiros mal tratados
Os políticos menstruados. O deputado marmanjo.
Os que tomam conta de nós.
Os que às vezes odeiam
e arrefecem na fogueira
sacrifícios a um deus desconhecido.
Os autoclismos desprezados.
Os desenganados do amor.
O amor não reconhecido.
Os epitáfios não lidos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os incautos. Os perdulários. Os inaptos.
Os inadaptados. Os adoptados.
Os arautos. Os anormais. Os colegiais.
Os coloquiais.
Os que gritam Toni faz-me um filho
mesmo sabendo que eu só me chamo António.
Os que me pedem a camisola,
não se importando com o frio que depois teria.
Os agradecimentos. Os sentimentos.
As mulheres mal-aventuradas
e também as desgraçadas.
As menos interessantes. As de ventre inchado.
As desconfiadas.
Os epicentros. Os retábulos. Os oráculos.
Os oratórios. Os sacrários. Os dromedários.
Os anjos sem cabecinha e com asas de cebolada.
Os conventos. As carmelitas.
As recolhidas. As não escolhidas.
As que f…. às escondidas.
As noviças. As nabiças.
As metediças. As mestiças.
As clandestinas e as dominicanas.
As virgens imaculadas . As louras. As oxigenadas.
As infectadas. As perfuradas.
Os eclesiásticos da parábola do falo.
Os faloqueiros e azeiteiros.
A serenidade embutida nas alas psiquiátricas.
Os obscenos. Os helénicos. Os frenéticos.
Os morenos. Os patéticos. Os angélicos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A beleza da incerteza.
As musas mediáticas e as dores ciáticas.
A visita guiada. A colaboração.
A pena. A temperatura amena.
O turismo sexual.
O casamento conveniente.
A proposta indecente.
O anel de diamante.
As bodas de fígado. A foto à la minute.
O minete feito à pressa. O linguado desajeitado.
O orgasmo não adquirido.
Os onanismos coerentes.
As práticas indecentes
O resto que nunca interessa.
A faca na liga. A cintura descaída.
O peito flácido. A ária do Plácido.
O domingo soalheiro. O furo no mealheiro.
O jet leg. O jet set. O cinc à sec.
Os astronautas e argonautas.
Os anabolizantes e fertilizantes.
Os debutantes e os não principiantes.
A família que não escolhemos.
A paciência que não pudemos.
A fodação Internacional.
A importância do espanador.
Os suicídos que estão para vir.
Os que gastam a vida a carpir.

Orai agora por mim.
Aquele que nunca será o vosso salvador.

,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA

sexta-feira, 30 de março de 2018

Allen Ginsberg, Howl and Other Poems

“Holy! Holy! Holy! Holy! Holy! Holy! Holy! Holy! Holy!
Holy! Holy! Holy! Holy! Holy! Holy!
The world is holy! The soul is holy! The skin is holy!
The nose is holy! The tongue and cock and hand
and asshole holy!...

Everything is holy! everybody's holy! everywhere is
holy! everyday is in eternity! Everyman's an
angel!
The bum's as holy as the seraphim! the madman is
holy as you my soul are holy!
The typewriter is holy the poem is holy the voice is
holy the hearers are holy the ecstasy is holy!
Holy Peter holy Allen holy Solomon holy Lucien holy
Kerouac holy Huncke holy Burroughs holy Cas-
sady holy the unknown buggered and suffering
beggars holy the hideous human angels!
Holy my mother in the insane asylum! Holy the cocks
of the grandfathers of Kansas!
Holy the groaning saxophone! Holy the bop
apocalypse! Holy the jazzbands marijuana
hipsters peace & junk & drums!
Holy the solitudes of skyscrapers and pavements! Holy
the cafeterias filled with the millions! Holy the
mysterious rivers of tears under the streets!
Holy the lone juggernaut! Holy the vast lamb of the
middle class! Holy the crazy shepherds of rebell-
ion! Who digs Los Angeles IS Los Angeles!
Holy New York Holy San Francisco Holy Peoria &
Seattle Holy Paris Holy Tangiers Holy Moscow
Holy Istanbul!
Holy time in eternity holy eternity in time holy the
clocks in space holy the fourth dimension holy
the fifth International holy the Angel in Moloch!
Holy the sea holy the desert holy the railroad holy the
locomotive holy the visions holy the hallucina-
tions holy the miracles holy the eyeball holy the
abyss!
Holy forgiveness! mercy! charity! faith! Holy! Ours!
bodies! suffering! magnanimity!
Holy the supernatural extra brilliant intelligent
kindness of the soul!”

«Poesia à Deriva» / 27Março2018 / "Elementar"_Algés

«Poesia à Deriva» regressa ao Elementar para mais uma noite de palavras a puxar palavras. Nesta sessão contaremos com a presença e a poesia do poeta António de Miranda e os SEC`ADEGAS.

aNTÓNIODEmIRANDA
Nasci em Março de 1955, em Barcelos.
(poucas pessoas deram por isso).
Alguns dos meus poemas foram esporadicamente publicados em diversas revistas e jornais ( Républica, onde tive o prazer de conhecer Raúl Rego e Álvaro Guerra).
Recentemente foram publicados os seguintes livros :
GERÓNIMO`S BLUES – Edições O HOMEM DO SACO – 2014 – Junho
PRONTO PAGAMENTO – Editora Tea For One – 2014 – Junho
LIVRARIA BUENOS AIRES – Editora Tea For One – 2015 – Março
QUIÇE MI LÁ BUCHE – Editora Tea For One – 2015 - Dezembro
Adoro...
poesia, e o facto do meu pai ter tido uma livraria (Livraria Buenos Aires, Lisboa), possibilitou-me a hipótese de ter à mão os livros que gostaria de ler.
Embora trabalhando desde muito jovem, comecei aos 14 anos, tal facto não me impediu de realizar várias voltas à Europa ( Inter-Rail ), assim como percorrer Portugal de lés a lés. Fui um amante inveterado da “boleia”. Dei assim, asas à minha alma de beatnick. Foi aliás este movimento que naquela altura mais me influenciou.
Continuo a adorar poesia.
Ok! Tudo isto é muito bonito, mas nada se compara a:

SEC`ADEGAS
Velhos Conhecidos / Grandes Amigos
BLUES! JUST BLUES
Um amor antigo, uma paixão permanente!
Esta música, que eu com o meu irmão Tomás, e o nosso grande amigo, Tozé Salomão, ao longo de 46 anos, vamos bebendo.
Directamente de Las Vergas...Blues for you!
Nós somos os Sec`Adegas!
& temos o orgulho de confirmar:
O cachet
Dos SEC`ADEGAS
Só tem dado
Despesa.

Foi num encontro “FELIZ” no Atelier Aberto, que os SEC`ADEGAS tiveram o enorme prazer de conhecer as “VADIAS” (Madalena Ávila, Manuela Leitão e Paula Montez), numa sessão de “Poesia Vadia”. A partir daí de certeza absoluta que o mundo não ficou mais pobre! & afirmamos, com a convicção possível, que outras coisas irão acontecer. Somos assim! Não há nada a fazer…
 
 
TOMÁS MIRANDA / TOZÉ SALOMÃO
 
MADALENA ÁVILA
MANUELA LEITÃO
PAULA MONTEZ





INÊS MATOS

INÊS MATOS

INÊS MATOS

HENRIQUE


ANA GOMES DA COSTA / DULCE
ANA GOMES DA COSTA / DULCE

EDMILSON







PAULA BARATA


SARA PESTANA




 




 
 
 

quinta-feira, 29 de março de 2018

William S. Burroughs


Allen Ginsberg Recording Blake songs at Apostolic Studios, New York City, June 1969.


Allen Ginsberg’s Cottage behind 1624 Milvia St., circa. 1958. Photo: Dennis Starleaf


Jack Kerouac / Beatniks | Bo Carter, 1931

"I´m gonna hug you
baby good and tight,
now love me baby
like you done last night,
cause I got ants...

in my pants,
baby for you..."

from the blues recording


 "Ants in My Pants"
Bo Carter, 1931

Lawrence Ferlinghetti’s desk in his office at City Lights. Photo: John McMurtrie / The Chronicle 2015


Jack Kerouac / Beatniks.

Foto de Jack Kerouac / Beatniks.

sábado, 24 de março de 2018

A SOLIDÃO TEM MOMENTOS QUE AINDA ME FAZEM FALTA

Tenho a miséria mais rica
empobrecida na tua fotografia.
Cromo de colecção,
álbum sem recortes,
memórias ansiosas,
e olhares que só querem
fugir da tela.
As estrelas abandonadas,
cantam uma dança sem céus.
Adoro a nudez que me oferecem,
eu, um crente,
talvez aparentemente inadaptado
para a solução da sua presença.
Não pretendo outros relógios,
até porque não acredito,
na exactidão das suas mentiras.
A solidão tem momentos
que ainda me fazem falta.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

ALGUMA COISA ACABA SEMPRE POR ACONTECER

Não sou
um gajo zangado!
Vou rejeitando as chamadas
do purgatório, enquanto envio para
um destinatário, mais ou menos atento,
um jeitoso curriculum vitae, composto por alguns poemas que ele nunca lerá.
A vida não é fácil,
quando se embrulham dias
que não nos competem.
Tento juntar os momentos de alegria,
lambo páginas de muitos livros,

saboreio o açúcar dos blues,
e,
adoço com todo o respeito,

a consideração que nutro
por aqueles de quem gosto.
Amo esta acalmia que me transporta para sorrisos que sempre me surpreendem.
Tudo agora é possível, neste deslizar temperado pelo cheiro da flor do deserto, sempre presente no meu querer.
Alguma coisa

acaba sempre por acontecer.

2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

AMA-ME DEVAGAR

Ama-me devagar,
como o tempo que demoras
a chegar.
A tulipa que mostras
no meio das tuas pernas,
escreve na minha língua,
uma prosa por onde escorre
o desejo.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

MAS O TRÂNSITO NÃO DEU POR ISSO...

Pintou aquele sorriso como se fosse o único.
Tocou na guitarra como se fosse mulher.
Beijou a sombra como se fosse a última vez.
Olhou para si como se fosse o último.
Chorou como se fosse o habitual.
Levantou-se num golpe,
e
limpou as lágrimas do seu sangue.
Morreu na contramão,
mas,
o trânsito não deu por ela.





2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

MERDULA

Há muito que
Incapacitei
A minha
Merdula


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

PROGNÓSTICO RESERVADO

Não me ouves quando te chamo?
Quero amar-te perigosamente,

mas não sei como fazê-lo.
Dizes que gostas de mim,

mas isso não passa de uma mentira
gravada na minha cama.
O nosso adeus é uma causa

sempre repetida, e os abraços
que choramos, têm o sabor
da pele fria, embrulhada
nos lençóis do amor que passou ao lado.
Hipotecamos o toque

na indecisão dos dedos,
e isso é um prenúncio
do prognóstico reservado.

2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

RITALINA

Dos fracos,

Não reza a memória.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

Do Miguel Martins.

https://thegrb.files.wordpress.com/2018/02/miguel-martins.pdf

https://glasgowreviewofbooks.com/2018/03/22/poetry-translation-showcase-miguel-martins/

quarta-feira, 21 de março de 2018

_ASSIM SE QUILHAM 12 BISNAGAS

 
Ténica Altruista
(4 separadores plástico Leitz / 12 bisnagas acrílico / 67 agrafes nº. 10 Rexel)
Dim: 40x30 cm...
Março_2018_aNTÓNIODEmIRANDA


terça-feira, 20 de março de 2018

Amiri Baraka "Somebody Blew Up America"



SOMEBODY
BLEW UP AMERICA

by AMIRI BARAKA

They say its some terrorist, some
barbaric A Rab, in Afghanistan It wasn’t our American terrorists It wasn’t the
Klan or the Skin heads Or the them that blows up nigger Churches, or
reincarnates us on Death Row It wasn’t Trent Lott Or David Duke or Giuliani Or
Schundler, Helms retiringIt wasn’t The gonorrhea in costume The white sheet
diseases That have murdered black people Terrorized reason and sanity Most of
humanity, as they pleasesThey say (who say?) Who do the saying Who is them
paying Who tell the lies Who in disguise Who had the slaves Who got the bux out
the BucksWho got fat from plantations Who genocided Indians Tried to waste the
Black nationWho live on Wall Street The first plantation Who cut your nuts off
Who rape your ma Who lynched your paWho got the tar, who got the feathers Who
had the match, who set the fires Who killed and hired Who say they God &
still be the Devil
Who the biggest only Who the most
goodest Who do Jesus resembleWho created everything Who the smartest Who the
greatest Who the richest Who say you ugly and they the goodlookingest

Who define art Who define science
Who made the bombs Who made the guns
Who bought the slaves, who sold them
Who called you them names Who say
Dahmer wasn’t insane

Who? Who? Who?
Who stole Puerto Rico Who stole the
Indies, the Philipines, Manhattan Australia & The Hebrides Who forced opium
on the Chinese

Who own them buildings Who got the
money Who think you funny Who locked you up Who own the papers

Who owned the slave ship Who run the army
Who the fake president Who the ruler
Who the banker

Who? Who? Who?
Who own the mine Who twist your mind
Who got bread Who need peace Who you think need war

Who own the oil Who do no toil Who
own the soil Who is not a nigger Who is so great ain’t nobody bigger

Who own this city
Who own the air Who own the water
Who own your crib Who rob and steal
and cheat and murder and make lies the truth Who call you uncouth

Who live in the biggest house
Who do the biggest crime
Who go on vacation anytime
Who killed the most niggers Who
killed the most Jews Who killed the most Italians Who killed the most Irish Who
killed the most Africans Who killed the most Japanese Who killed the most
Latinos

Who? Who? Who?
Who own the ocean
Who own the airplanes
Who own the malls Who own television Who own radio

Who own what ain’t even known to be owned Who own the owners that ain’t the real owners
Who own the suburbs
Who suck the cities Who make the laws

Who made Bush president
Who believe the confederate flag need to be flying Who talk about democracy and be lying
Who the Beast in Revelations Who 666 Who know who decide Jesus get crucified
Who the Devil on the real side Who got rich from Armenian genocide
Who the biggest terrorist
Who change the bible
Who killed the most people
Who do the most evil Who
don’t worry about survival

Who have the colonies
Who stole the most land Who rule the world Who say they good but only do evil
Who the biggest executioner

Who? Who? Who?
Who own the oil
Who  want more oil
Who told you what you think that later you find out a lie
Who? Who? Who?
Who found Bin Laden,
maybe they Satan

Who pay the CIA,
Who knew the bomb was gonna blow
Who know why the terrorists Learned to fly in Florida, San Diego
Who know why Five Israelis was filming the explosion And cracking they sides at the notion
Who need fossil fuel when the sun ain’t goin’ nowhere
Who make the credit cards
Who get the biggest tax cut
Who walked out of the Conference Against Racism Who killed Malcolm, Kennedy & his Brother Who killed Dr King,
Who would want such a thing? Are they linked to the murder of Lincoln?
Who invaded Grenada
Who made money from apartheid Who keep the Irish a colony Who overthrow Chile
and Nicaragua later

Who killed David Sibeko, Chris Hani, the same ones who killed Biko, Cabral, Neruda, Allende, Che
Guevara, Sandino,

Who killed Kabila, the ones who wasted Lumumba, Mondlane, Betty Shabazz, Die, Princess Di, Ralph
Featherstone, Little Bobby

Who locked up Mandela, Dhoruba, Geronimo, Assata, Mumia, Garvey, Dashiell Hammett, Alphaeus Hutton
Who killed Huey Newton, Fred Hampton, Medgar Evers, Mikey Smith, Walter Rodney, Was it the ones
who tried to poison Fidel

Who tried to keep the Vietnamese Oppressed
Who put a price on Lenin’s head
Who put the Jews in
ovens, and who helped them do it

Who said “America First” and ok’d the yellow stars
Who killed Rosa Luxembourg, Liebneckt Who murdered the Rosenbergs And all the good people iced, tortured, assassinated, vanished
Who got rich from Algeria,
Libya, Haiti, Iran, Iraq, Saudi, Kuwait, Lebanon, Syria, Egypt, Jordan,Palestine

Who cut off peoples
hands in the Congo

Who invented Aids
Who put the germs In the Indians’ blankets
Who thought up “The Trail of Tears”
Who blew up the Maine amp; started the Spanish American War Who got Sharon back in Power Who backed Batista, Hitler, Bilbo, Chiang kai Chek
Who decided  Affirmative Action had to go Reconstruction, The New Deal, The New Frontier,
The Great Society,

Who do Tom Ass
Clarence Work for Who doo doo come out the Colon’s mouth Who know what kind of
Skeeza is a Condoleeza Who pay Connelly to be a wooden negro Who give Genius
Awards to Homo Locus Subsidere

Who overthrew Nkrumah,
Bishop, Who poison Robeson, who try to put DuBois in Jail Who frame Rap Jamil
al Amin, Who frame the Rosenbergs, Garvey, The Scottsboro Boys, The Hollywood
Ten

Who set the ReichstagFire
Who knew the World
Trade Center was gonna get bombed Who told 4000 Israeli workers at the Twin
Towers To stay home that day Why did Sharon stay away?

Who? Who? Who?
Explosion of Owl the  newspaper say The devil face cd be seen
Who make money from ar
Who make dough from fear and lies
Who want the world like it is
Who want he world to be ruled by imperialism and national oppression and terror
violence, and hunger and poverty.

Who is the ruler of ell?
Who is the most powerful
Who you know ever Seen od? ut everybody seen The
DevilLike an Owl exploding In your life in your brain in your self Like an Owl
who know the devil All night, all day if you listen, Like an Owl Exploding in
fire. We hear the questions rise In terrible flame like the whistle of a crazy
dog ike the acid vomit of he fire of Hell

Who and Who and WHO who who Whoooo and Whooooooooooooooooooooo!

segunda-feira, 19 de março de 2018

MERCEARIA VIANA_Algés (já não existe)

 
 

MARTHA MEDEIROS " Morre Lentamente "

Morre lentamente quem se torna escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos percursos, quem não muda a marca, quem não se arrisca vestir uma nova cor, quem não fala com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos "is", em vez de um remoinho de emoções, justamente aquelas que fazem brilhar os olhos, aquelas que fazem de um bocejo um sorriso, aquelas que fazem bater o coração diante dos erros e dos sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca a certeza pela incerteza para prosseguir um sonho, quem não se permite ao menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não escuta música, quem não acha graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem passa os dias se lamentando da própria sorte ou da chuva contínua.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de começá-lo, quem não faz perguntas sobre assuntos que não conhece, ou quem não responde quando lhe perguntam sobre algo que domina.
Evitamos a morte em pequenas dores, lembrando sempre que estar vivo requer um esforço muito maior do que o simples fato de respirar.
Só a ardente paciência nos levará a conquistar uma esplêndida felicidade.

Livro- A dança da Paz.

DJANGO REINHARDT



Bluesmaker Written and Directed by Fred McDowell Christian Garrison Department of Educational Film Production University of Mississippi

https://www.facebook.com/blackandbluescemeteries/videos/1604164199638836/

quinta-feira, 15 de março de 2018

AINDA NINGUÉM SE PREOCUPOU

Esta lâmina que tanto corta a ilusão que me separa da realidade, é uma língua traiçoeira que espalha veneno nas minhas veias.
Estou velho neste vento usado, que sopra na minha vida, moinhos cada vez mais quietos.
Observo os quadros pendurados na minha memória, e revejo a sua viagem, para um lugar que cada vez menos me pertence.
A vida, por vezes é uma conta com números errados, e oferece uma soma com uma enganadora prova quadrada.
O mais simples é uma hipótese abstracta, e o seu significado, uma tela sem título.
Não quero queixar-me!
Não considero sugestões absurdas!
Corro sempre na pressa contrária.
Dizem-me que terei de mudar o sentido da vida.
Ainda ninguém se preocupou com a opção que teimosamente mantenho.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

CÓDIGO ALÉRGICO ÀS BOAS MANEIRAS

Não há amantes nesta noite.
Um serial killer retirou da tomada

a ficha das aparições,
e um código
alérgico às boas maneiras,
percorre angustiado os corredores
das desilusões amorosas.
Espera o acordar do sonho,
enquanto mantém nas mãos
um sofisticado abridor de cápsulas
dos paraísos artificiais.
Segreda aos ouvidos da amante ausente, liturgias simpáticas,
escritas num latim arrependido.
Esta noite não tem amantes.
Será esta a mais triste das glórias.
Referendado num sufrágio mentiroso,

debita passos ao redor de lado nenhum.
2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

ECO_CARDIO_GRAMA

Não quero mais estrelas no meu olhar.
Tenho uma obrigação para cumprir, exactamente a promessa que sempre rejeitei.
Admiro esta falta que me acompanha ao longo deste calendário, já preenchido com o sabor de alguns anos.
Escolhi assim, e não pretendo ligar para aquele número, que nunca quis saber de mim.
Convida-me para uma sessão que ignora a minha necessidade.
É bom que se escreva que esta tempestade cerebral ainda não apareceu no meu eco_cardio_grama.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

GIRAR NUM COMPLEXO REEQUILIBRANTE VISIVELMENTE ENTORNADO

Nascido sob um mau sinal,
estive sempre na lama desde que comecei a rastejar.
Escavo as lágrimas que queimam este poço.
Se não fosse por má sorte, não teria azar nenhum.
Seda e colinas verdes salpicam a cor do amanhecer que trará alguém de uma cidade distante, e construirá altares ao lado da cama dos sonhos, num suave caminhar, como uma teia de vento.
Mas não há memória para pentear qualquer nome, e nada posso esconder neste monte de armários quebrados.
Queima-me tanto esta sopa feita de ossos!
Numa amálgama de peças feitas de mim, sobram cascas para encher o chapéu que vai ser usado num prazer ainda escondido, pendurado numa estátua de pedra pomes, espreitando um abismo qualquer.
Ranjo o olhar trancado em novelos de tempestade. Cílios tocam as letras por salvar na arte-final.
Mantive todas as minhas estranhezas, nesta ilusão latente de beijos e desabraços, mais ferozes do que aqueles batimentos, que enfureciam a forma doce das melodias com o cheiro escandaloso da honestidade.
Espeto a faca na água, e soletro os pés na montanha, com as palavras que permitem boa companhia.
Continuo a pensar que a poesia nunca será uma desgraça.



2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

SNS (2)

Retire a senha.
Aguarde por favor.
De momento a sua morte,
encontra-se em lista de espera.
Voltaremos ao seu funeral,
logo que possível.
Cuidamos de si.
Não desespere.


 2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

O POBRE DOS POBRES

 O pobre dos pobres
 será sempre aquele
 que resigna
 esta condição



2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

MINETE

Um minete bem feito,
 não acontece com uma língua
 qualquer.

2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

 

terça-feira, 13 de março de 2018

AUSÊNCIA QUE PARA SEMPRE DOI (poema para o meu tio JORGE FARIA_13 de Março de 1936)

13 de Março.
Nunca me esqueci do seu aniversário. Mas sobretudo lembro-me sempre de si. A vida continua a ser uma loja de sucatas, mas para quem nem sempre estiver distraído, oferece-nos intervalos de perfeição. Evidentemente estou a constatar um privilégio. A honra enorme de ter um tio....

JORGE, estou a ficar diferente nas fotografias. Há quem diga, que é da idade. É um facto que estou mais usado. O que tenho na cabeça, é que o caminho está mais curto, mas continuo a viver com a certeza toda, que aquele abraço já esteve muito mais longe. Aqui, entre nós, estas coisas dos telemóveis e emails, não funcionam.
“tutti bene di zambrene” “bambini” “la piconera” “a rosinha dos limões” “a samaritana”, as nossas cantorias com os dedos do Zé (aliás Tomás) a sangrar, os nossos copos regados com abraços, a sua sempre manifestada amizade, são a vida que tivemos, a alegria que vivemos! E você sabe do que estamos a falar! As cadernetas dos bonecos da bola, colados com água e farinha, rebentar a lata para ficar com a bola de catechu, a colecção das ciências naturais, a conferência das contas da volta das quartas feiras, os pregos no mealheiro para fingir as moedas (eu a tirar, supostamente pensando que era o único, mas afinal já naquela altura, havia outro: o Zé).
Jorge, isto fica entre nós e claro, com a ZEZA.
Há moradas que não me importo de entrar, mas sei JORGE, tenho emoções que muito me orgulho de viver.
Nunca digo adeus. Vou mudando. Vou partindo, indo ficando.
Vou para encontrar.
Agora, deixo-lhe uma das suas canções preferidas :
“Granada” .


2015março09_aNTÓNIODEmIRANDA
 
Foto de António de Miranda.

domingo, 11 de março de 2018

OUTROS DIAS IRÃO ACONTECER

Pétalas que magoam,
rosas com lágrimas de espinhos,
sorrisos tontos
que iniciam caminhos errados,
choros com a digna importância
de um qualquer molho de escabeche.
O sol a fugir da nossa audácia,
um velho sax que gemia o sentir
da lembrança, que fingia os passos
com que nos ignorámos.
Como sempre, é tarde,
neste crepúsculo que nunca chega atrasado,
ao nosso desencontro.
Outros dias irão acontecer,
outras nuvens esperarão
pelo nosso regresso.

2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

POSSO AJUDAR?

Posso ajudar?
Claro que sim!
Deixe
De
Respirar.


2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

Patti Smith - Rock 'n' Roll Nigger 1979


ATROFIA

A redenção é uma atrofia só necessária,
para aqueles que nada percebem da
importância das coisas essenciais.


2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

ONDE COSTUMO ACONTECER

Sou só 1
Naquilo que pretendo
Ser
+
Nenhum
Que não eu
Neste tempo
Desavindo
Onde
Costumo
Acontecer


2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

FORA DE UM FILME QUALQUER

Gostaria que os dias que passeiam aquém do meu desejo, não acabassem numa sinfonia incompleta, e se despedissem da memória com beijos cinéfilos.
Gostaria que aquilo que sobrou da fotogenia,
não denotasse uma salada de escombros.
Gostaria que a cama que nos abraça,
não tivesse o som de uma guilhotina.
Gostaria que a nossa troca de óculos,
não tivesse sido uma distracção ocasional.
Guardo em mim,
a atrapalhação do desapertar do teu sutiã.
Gostaria de conservar a possibilidade do nosso encontro, para mais tarde,
em formato de sonho, a emoldurar.
Gostaria deste acontecer,
sobretudo fora de um filme qualquer.


2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

NOS PRÓXIMOS TEMPOS

Hoje não é um bom dia para falar de mim.
Amanhã, também não.
Nos próximos tempos,
Aguardarei a tua ausência,
Com a convicção
De que alguma pergunta importante,
Poderá acontecer.


2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

TESTAMENTO LETAL

Perco a lua no meio deste húmido cinzento, que a esconde.
Ainda não encontrei o livro das respostas capazes.
A dúvida é sempre uma razão por mim não aceite, e o casaco que me oferece,

continua a arrefecer a hipótese
que julgo caminhar.
O nada,

é agora,
a companhia das horas
do tempo que me persegue.
Sinto-me neste vazio constante,

que aproxima o fim daquilo que não conheço.
Mantenho esta secreta ideia,

que espalho em coreografias de circunstância, encenadas nos cemitérios das árvores brancas.
E, assim me trilho neste desenfreado sossego, usado ao longo dos anos.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

BON APPÉTIT!

Estamos sempre longe.
Este entendimento desenhado numa proposta gourmet, prato grande enfeitado com riscos sem qualquer feitio, hostilizados num traço pintado de mentiras, um cínico sorriso crocante acabado de fugir da sanita, um filet mignon apressado para apanhar o autocarro da angústia, e um plaisir discretamente copiado da gare de Montparnasse, envergonhado pelo mau hálito do chef.
Para a sobremesa um Michelin 205 R14,
em estado tão deteriorado
como a puta da sorte
que ainda não se fartou de nos falir.
Bon Appétit!
Mon imbecil ami.
2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

DÁ-ME GOSTO

Não sou digno de ti!


É a mentira que mais me apraz ouvir.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

LÂMINA

Mesmo com este olhar desconfiado,
acabaremos por nos entender.
É só esperar,
o apetecer.





2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

OLÍVIA

O bom pastor reza a deus um pranto de chuva, para que no prado cresça a erva para alimentar o rebanho. Mesmo com os dedos lambuzados, depois de ter comido a perna da olívia, a sua ovelha de eleição, nunca se esquece de agradecer o tempero da refeição.
Era um dia especial.
A olívia já não leva a mal.
Não era lá grande concubina.
Fugidia.
Matreira.
Esquisita.
Malina.




2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

49ª Sessão Aberta de Poesia Vadia 08.03.2018 | Atelier Aberto