Pesquisar neste blogue

sábado, 30 de novembro de 2019

QUE DEUS ME ASSOE! (Eu moro em Mitraflores)

Sem pressa, enrolo-me na viagem desta pedra. Peço para sentar-se na minha cabeça e aconchegar palavras que querem fugir dos desgostos da memória. Navegar no prometedor entardecer, comer luas com colheres de prata, e, celebrar cortesmente a noite especial. Enterro beijos no fim do fundo, enrodilho uma corda ácida na vagina da angústia, até naufragar a normalidade, no copo da derradeira esperança.
Admirar o silêncio.
Aplaudir com luvas de cerimónia, a escorregadela triunfante na passadeira do triunfo dos porcos.
Que deus me assoe!
(Eu moro em Mitraflores).
Admito não ser digno de tanta compaixão.
Sou um mero executante, do êxtase mirabolante, desta miopia cada vez mais enfadonha. Sensível ao tacto, atrevido no acto, assíduo enjoado e maldizente das Black Fridays. Nasci assim, feito numa ementa limitada. Naquele tempo as virgens não usavam cuecas, e as putas, depois de foderem os apóstolos, enfeitavam altares nas horas de folga. Os sacristãos eram pagos a tempo e horas, perante a inveja do corcunda de Notre-Dame, que, peremptoriamente afirmava que a sua, tinha mais 2,5 cm do que o dedo indicador do Nelson Ned. 
Vejam bem o desplante deste artista! 
Ainda o grande Pedro Álvares Cabral, frequentava as primeiras aulas de surf na piscina do Sport Algés e Dafundo. O que uma mentira pode fazer! Estou é mesmo preocupado com os peixes do aquário Vasco da Gama! 
Dizem-me que ele morreu arrependido depois da cagada do Oeiras Valley ! É possível que sim. Mas, o Isaltado de Oeiras, quando esteve no estágio da Carregueira, não teve tempo para estudar o assunto?



,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA

SONO CARAMELIZADO

Tenho sonhos estranhos,
contou a ideia cansada.
E assim adormeceram,
abraçados num sono 
caramelizado
de pipocas
extenuadas.




,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA

PERDA DE TEMPO

Dia após tempo,

cultiva o vazio 

para o amanhã 

das raízes sem presente.




,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA

ELA DIZ:

não me conheço, neste corpo queimado por infindáveis alucinações, que não deixam descansar esta inquietação. 
Ignoro-me, num subúrbio desleixado, 
sempre à procura do afecto perdido. 
Varro soluços para a vala da identidade.

Ele  diz:
o direito a ser feliz fugiu para o canto da sereia, que nunca aparece. Um abraço doce daria jeito. Um beijo aquecido numa nuvem de algodão. 
Um solo na guitarra do Ron Wood. 
Um cumprimento do riff do Keith Richard. 
E, sobretudo, um passeio sem cadafalsos.

Ela diz:
perdi-me  naquela luz, no sabor da refeição branca, na promessa adiada, no gostar de pensar em ti.

Ela molha-me os ombros, 
e respira lágrimas que ainda não sabe, 
são só nossas.







,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA

CRUZ

Tivemos os sonhos errados.
Os culpados foram os avisos 
que não lemos.
Esperei por ti na encruzilhada,
apertando a mão
daquele que enganou o perdão.
Tentamos secar o pranto que nos afastou,
amaldiçoando o caminho do diabo,
como se ele fosse o culpado
da nossa distracção.
Eu sem ti, continuo, 
mesmo quando matreiramente foges, 
para abraços que te animam.
Haverá alguma cruz
que carregue as nossas dúvidas?
Procuremos algo de bom,
que corte sem ferir, 
esta mania de gostar,
alheia à pretensa bondade dos imbecis.
Para então dizer:
nada fizemos em vão.



,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA

A RECEITA (Trumpperware)

Cozinhar para mim, só pode ser um enorme prazer. Permite-me comer aquilo que me apetece. Quando não estiver para aí virado, fujo do fogão. Nunca cozinho o mesmo prato da mesma maneira. Altera o tempero, e, sobretudo a minha disposição. Dizem que o faço bem, mas, a grande verdade, é que o contrário nunca aceitaria. Tenho dias em que as coisas fluem como devem ser, mas, aqueles que recordo, são os que correm melhor. Portanto, após os elogios do prato que saborearam, QUANDO ME PEDEM A RECEITA, eu, na minha humilde qualidade de fazedor de qualquer coisa parecida com cozinhar, limpo a gordura das orelhas, disfarço o cuspo das mãos, retiro as lentes do tacho, engrosso a calda com pelo menos 3 macacos do nariz, introduzo um ramo de cabelos aconchegados com o creme de bacamarte, e, com a sinceridade possível, peço ao inquisidor para anotar no papel:
UMA CEBOLA!
TIRA A CASCA!
BOTA A CASCA NO LIXO!
PICA A CEBOLA ATÉ A FACA GEMER!!!
&…
Então e agora?
Bota o picado num trumpperware
e enfia-o no frigorifico.
Nunca se sabe o dia de amanhã.



,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA

VELHO TRUQUE

Sou a pegada de um vagabundo 
na procura dos sorrisos do teu 
olhar. 
Entrego-me nesta carta 
com todos os erros 
que não prometo repetir.
É tão rápida esta fuga, 
que nem a sombra irá lembrar.
Sorriso pousado na malga,
passeio a vida numa trela, 
entrelaçada com os ases do 
destino.
Velho truque.



,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O CU MOLHEI

Receba as flores que eu roubei
Num jardim abandonado
O cu molhei
E fiquei constipado
Que seja assim por toda a vida
A deus mais nada emprestarei
Se nada eu já tinha
Com mais nada ainda
eu fiquei





,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA

Comecei a ler. E, estou a gostar. Emprestado pela Madalena Ávila. Obrigado.


domingo, 24 de novembro de 2019

QUALIDADES

Sim !
Estou a perder algumas.
Das outras …
sinceramente,
não me lembro.


,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA

ALMAS DESERTAS

Há marinheiros que tatuam no olhar, 
saudades da terra.
Surpreendidos,
alguns peixes entregam nas lágrimas,
poemas
escritos com a melancolia
das almas desertas.



,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA

TRAPAÇA

Não há bilhetes para o regresso.
Dizia o motorista
Estrangulado na trapaça
que tudo lhe
garantia.


,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA

O NUNCA DO TEU OLHAR

Porque a memória já não se recorda de ti, acampo na paixão destes sons ponteados, 
como se a sina do teu sorriso, 
continuasse a queimar os lábios 
dos sentidos tristes. 
Fico-me com o nunca do teu olhar.
Vem até mim!
Desta vez despida 
do medo que nos 
aprisionou.


,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA

É SÓ ESCOLHER

Podes escolher o que quiseres!
Sussurra o futuro ávido da mentira
que te corteja.
O presente, sorridente,
depois de despachar o passado,
pede uma aguardente amarrotada
em miolos  de fraudes auspiciosas.


,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

ASSIM... NÃO VALE!

De todas as vezes
que te levo ao jardim,
porque teimas em arrancar
o
amor
-
perfeito ?

2019out_aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 19 de novembro de 2019

https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.publico.pt%2F2019%2F11%2F19%2Fculturaipsilon%2Fnoticia%2Fmorreu-jose-mario-branco-1894241%3Ffbclid%3DIwAR1G7a1TEspw6gG9I_Y5bjsDx8gO_dORcm_zIbGh-GTA69szkbxqKBZb4Ow&h=AT2SXEmAcNVvV10RIrv4SP4AfKe-k0CCrAH0UfR96020bxFodzp2VShKnomkiSV-lMKzrPQmGgMtEUTDQBE6HsxhxikR6__C3Wr3RUdgjeiGayxx0xsea5UKLpQC5E7y3V1pHFn2kPLMZfdpD3whXjZLprIZocQNqPaxro_bB-fBOzOvtZ0T6t0mBMhJUQcZ3oD6GebN6E91JjG9iC7Mm2o7RDYuQdwfaw3_Fxx3K0WcdkODtEivUpIiiLd7CPSZcG7pJ7FaFI9GLoK8OtScfww6vWUe0l4eGK0SnhJ04vKLxqnallfQFdoGkLxtsSYgwwKl_zXJdQd3tuPxU9bQrdadYqDTk5UtBm8QE2fGz_CuGxoZHssapJSryJSPX69H926x_Y7SJ-Xo800vOSg6pL69_lnb8f3pNcuCGYlGhXqcunEPG0HeOuVy7mXEu_j6y9V-nHyl6PgN0vsyXO68ack3r8BxTNptpofNfoQQQzAE2CCWaU-zPWgrj1wi7W9QsLJxd1skNS00uFSXGchG_5bl7PwCV4Fyh2ylHHfFUV4ltybtlOUIok3R7hHl9ZFmZgS7l4HO_2fdYMeqKd8AB9BSAtvmwvilxk-OtSsCdP1I0KKvoAoXVYlitQvWNyc3T1IszSmtjwNr8EuQgCkDr2LQqtKYGHlSQlUw

O CU MOLHEI

Receba as flores que eu roubei
Num jardim abandonado
O cu molhei
E fiquei constipado
Que seja assim por toda a vida
A deus mais nada emprestarei
Se nada eu já tinha
Com mais nada ainda
eu fiquei



,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA

CANSEI DE ESCREVER PARA O PRESENTE

1 poema desolado, deitado na boca do arco-íris descalço, espera a chamada das vozes pagas no destino. Enruga o futuro escrito na apólice inconveniente, e agenda a consulta com o psiquiatra delinquente, que há longo tempo lhe promete a reforma dos hábitos esquisitos. Enquanto isso, conta ao choro das baleias, o desencontro da sua vida. Caminha num oásis de veludo, que recolhe os soluços  da estrada de fogo, que tanto o desanima. Nem um conforto na exposição das ingenuidades.  Empenhou 10 euros na sarjeta dos vómitos bonificados, com uma taxa certificada para a sua exclusão. Enxota a caspa do presente, varre a memória com a pressa dos prazeres banidos, enxuga o olhar na porta da alegria, e na tenda do céu mentiroso, tira do bolso côdeas da ternura possível. Corre na sombra das nuvens, mas, como sempre, a simpatia não está disponível. Resta-lhe a bomba, e aquela coisa que mesmo mentindo, abafa a tristeza com que se deita. Pensa sempre na última vez, na espera do nevoeiro que esconde o sorriso que não quer voltar. Mas, esta sede que tanto o prende, enleia-lhe os pulsos, incha as veias, e, dilui-se lentamente na parede onde está estampado o grito. É o fim, diz-lhe a voz que encena a coragem. É o fim, escrevem as estrelas abandonadas. É o fim! Nada mais sentirás, garante o fantasma da tempestade. Brinca o mais que puderes. 
Exige um deus que não simule a sensatez. 
Acende-me o fogo! Estou com frio, diz-lhe a morte do fraque cor-de-rosa. Espera! Ainda não estou preparado! Responde a cirrose mentirosa. E os pulmões ? Estão a dar muito enredo. Abrasa-me nessa fogueira, diz-lhe o sangue no instante em que   suga a ideia. 
O futuro a deus pertence. Mas estava escondido na gaveta mijada. 
Traçou no edital :
cansei de escrever para o presente.



,2019nov14_aNTÓNIODEmIRANDA

SATISFAZ A MINHA ALMA

Enrolo a noite no novelo desavindo
que aguarda notícias da hora incerta,
no cais da desordem emocional.
Horários sem vagas de alegria,
entregam versos infelizes
a um ecrã, que promete esconder a solidão dos passos caídos,
na nuvem da areia movediça.
Já nada se encontra neste palheiro desumano, forrado com choros de uma qualquer esperança.
Sonhos congelados na realidade que nos consome
Um interesse apressado, patrocinado pela fábrica da impotência.
Haverá sempre uma queda atenta,
Para amparar o engano do tempo.
Uma vigília disponível para nos ignorar.
E um relógio manhoso,
continua  a oferecer alegrias perversas.
Não morrer,
dava-me  um trabalho do caralho.


,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA

domingo, 17 de novembro de 2019

O nosso gato Ludo. (Trabalho da minha mãe, quando residia num lar)


VICTORIA STATION `73

Londres
O wc mais estranho que pisei.
Um anjo tresmalhado - olhava-me intensamente segurando na mão uma antena de televisão -
Sabia algumas coisas desta cidade - mas nunca me tinham falado de aparições impossíveis -
Fugi corri e naquela douda pressa enfiei-me num táxi -  e assim gastei o pouco dinheiro que tinha - 
Encontrei-me num bar onde alguém me pagou uma special beer -  segui depois até Stamford Bridge -naquele tempo o futebol era bonito - mas eu estava sempre a embirrar com o árbitro – parti com saudades de Londres e sobretudo de uma certa árvore do Hyde Park
Só tinha 18 anos e viajei este mundo com uma autorização do meu pai -  assinada e reconhecida notarialmente – nasci num país em que naquele tempo a maioridade acontecia aos 21 anos – hipocrisia mentida pois a essa idade correspondia a entrada na tropa.
Contudo, naquele dia de Setembro, Londres estava magnífica.

,2016,03
aNTÓNIODEmIRANDA



As últimas compras.




quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Rock Me Baby - Beverly "Guitar" Watkins w/the Rick Fowler Band, Foundry,...

Son House "Death Letter Blues"

SEMENTES APODRECIDAS

Mais de mil amantes espalhados pelas ruas, rezam poemas sem ninguém para os entregar. Escondem na sarjeta, desgostos malvados, distribuídos na novena do entardecer amolecido. Varrem do céu, as luas da solidão, e, já nada esperam dos ruídos dos cinzentos subúrbios. Pedem-lhes para acreditarem no amanhecer, que confortará a violência com que sempre se deitam. Fingem pintar o azul do nó que aperta a vida,e, sacodem na corda bamba,um choro rouco.
Mais de mil amantes, enterram sementes apodrecidas na terra da esperança mentirosa.
Destroçados,procuram um sangue não santificado, um único abraço, mesmo que finja a verdade.


,2019nov,10_aNTÓNIODEmIRANDA

A SENHA DA ESPERA

É aqui que me acho,
na desordem das palavras
que escorrem dos livros.
É aqui que falo,
que combino a fuga, 
para as asas que me podem salvar.
É aqui, neste silêncio vomitado,
que calco todas as tonalidades do nojo, 
que pretende lavar a minha indignação.
É aqui, que decoro labirintos,
desenho os cenários da contradição,
e, morro na impossibilidade,
habitualmente tentada. 
É aqui, neste alforge desabitado,
que debito soluços, 
que, 
pensei, 
já não me pertenciam.
É aqui,
que retiro da vida, 
a senha da espera.



,2019nov,10_aNTÓNIODEmIRANDA

LIVRARIA 50Kg - Inauguração 29 de Novembro,

No dia 29 deste mês de Novembro, na rua de Faria Guimarães no número 137, abro no Porto uma livraria alfarrabista. Na realidade é uma espécie de três em um. Porque, no mesmo local, além da livraria, também inauguro uma oficina de encadernação e restauro de livros, e a nova casa das edições tipográficas 50kg. Gostaria de contar convosco na inauguração, haverá um lanche e um beberete por volta das 17h00. Marquem já nas vossas agendas e apareçam para vos mostrar este novo espaço. Um abraço do Rui Azevedo Ribeiro. 

Horário: de Terça-feira a Sábado das 10h00-13h30 e das 14h30-19h00.

SOMBRA

Sou a sombra
que abandonaste,
disse o sorriso
entristecido.
Tanta paixão para quê?
O
amor que nos apetecia,
foi alinhavado
com
palavras de borracha.

,2019nov,12_aNTÓNIODEmIRANDA


terça-feira, 12 de novembro de 2019

Amy Winehouse - You Know I'm No Good

Nina Hagen - African Reggae (Live at Roskilde Festival - 1985)

Fairport Convention, Robert Plant - The Battle Of Evermore

Baby Please don't go live

Taste - Sugar Mama

sweet little rock n roller t.rex alvin stardust elkie brooks dave edmun...

Rory Gallagher - Nadine (Loreley 1982)

Wilko Johnson and his band live at Klubi Tampere 23.9.2015

LOS BRAVOS - "BLACK IS BLACK"

# EDUARDO GALEANO * O LIVRO DOS ABRAÇOS_pág.92#


7

7
Medos vestidos de borboleta assolaram à porta do paraíso e mentiram 7 discursos do mais ousado fingimento.
Quem os escutava sorria sem qualquer interesse, para o ocaso mais próximo.
7
Vénias foram exumadas em memória dos 7 anjos ebriamente contemplados.
Depois o éden fechou as portas para reservar o direito de intromissão.
7
Pragas foram canonizadas num delicioso churrasco saboreado por convidados espaciais.
Na hora da despedida, todos cumprimentaram alegremente a sua não identidade.
7
Sóis pintam as alturas com tons desconfiados, e não se importavam quando o mijo caído do céu, esborratava os seus poemas.
7
Poetas descalços, distribuem poesia à boleia de 7 estrelas expulsas da constelação de Hollywood.
7
Velhas máquinas de escrever disputam entre si,
o mais celestial cântico do teclado.
7
Murros mantêm a secreta esperança, de socarem num rápido knockout, uma delinquência a quem chamam humanidade.

2017set_aNTÓNIODEmIRANDAVila Chã

SEDUÇÃO

ABRAÇAS OS MEDOS DO COSTUME
O SORRISO DE UMA VEIA
TODOS OS TEUS PESADELOS
SÃO A REALIDADE QUE AFASTAS
QUALQUER DOR É O TEU SENTIDO
E MOSTRA-TE O CAMINHO QUE NÃO SABES PERCORRER.
TODOS OS DIAS
DEVIAM SER DE SEDUÇÃO
TODAS AS NOITES TÊM DE TER AMANTE
E A INTENÇÃO DO AMOR UMA PRIORIDADE CONSTANTE
ÀS VEZES SENTES-TE CONFORTÁVEL
TALVEZ SEJAS UMA LÁGRIMA
QUE ESCORRE DOS OLHOS DO DEUS POR TI INVENTADO
TODOS OS MOMENTOS DEVIAM SER INEVITÁVEIS
TODOS OS BEIJOS OFERECIDOS
E O PRAZER QUE SEMPRE RECUSAS, FATAL.
TODAS AS TEORIAS SÃO BANALIDADES
TODO O DESEJO DEVIA SER LEGALIZADO
TODO O CONVITE NÃO RECUSADO
TODO O COMPORTAMENTO NÃO NORMALIZADO
TODOS OS DESTINOS NÃO COMPROMETIDOS.

jun2010aNTÓNIODEmIRANDA

domingo, 10 de novembro de 2019

POP ART _LISBOA NOV_2019 com Ana Gomes da Costa — em Cordoaria Nacional.






























ROBERT ENKE (24 de agosto de 1977 — 10 de novembro de 2009)


Robert Enke

COSMÉTICA DOS ORGASMOS

Embebedo-me com gotas do desespero 
na cidade dos exílios. 
Visto as cicatrizes
do penoso arrastar do passado.
Mandem-me um anjo rebelde
que acenda a luz da solidão.
Uma última brisa,
um verso rastejante,
mesmo uma lâmina na palma da mão.
Fugir sem rasto,
para abraçar a noite que falta,
à espreita nas ruas que não conheço.
Ofereçam-me um ramo de raízes obscenas, 
Uma bandeira sem a cor da pele, 
um sorriso nunca esquisito, 
um ouvido interessado, 
pois, há longo tempo,  
que nem comigo converso. 
A minha cabeça já não funciona. 
(Dizem que tenho a mentalidade 
de um cogumelo fora de prazo). 
Neste caso, convém não agitar. 
Bem-vindos à cosmética dos orgasmos. 



,2019nov,10_aNTÓNIODEmIRANDA

Talking Heads - Heaven - 1984 - (HQ - 1080p)

Bangles - Walk Like An Egyptian (1986) PIttsburgh, PA

The Pretenders - Back on the Chain Gang, live in London

The Pretenders - Don t Get Me Wrong - Live

Simple Minds - Don't You (Forget About Me)

sábado, 9 de novembro de 2019

Johnny Winter - SUZIE Q (Live at Rockpalast)

The Rolling Stones in the studio

Lou Reed - People Who Died w/ Jim Carroll - 9/25/1984 - Capitol Theatre ...

Patti Smith Group - Ghost Dance

Patti Smith - Gloria (1979) Germany

White Stripes - Death Letter (Son House Cover live)

Lou reed - See that my grave is kept clean (full version)




See That My Grave Is Kept Clean 

There's one kind favor that I ask of you
There's one kind favor that I ask of you
There's one kind favor that I ask of you
Won't you please, please see my grave's kept clean

Long line ain't got no end
Lord, there's a long line that ain't got no end
Mmmmm
It's a long, long line that ain't got no end
Bad wind that never came
It's a bad wind that never came

Two white horses standing in line
There's two white horses standing in line
There's two white horses and they're standing in line
Take me to that burying ground
Take me to the burying ground

My heart stopped beating and my hands are cold
My heart stopped beating and my hands are cold
Well, my heart stopped beating and my hands were cold
It was along what the Good Book said
What the Bible told
What the Bible told

Have you ever heard that coughing sound
Have you ever heard that coughing sound
Have you ever heard that coughing sound
Did you know that this poor boy's beneath the ground
Don't you know this poor boy's 'neath the ground

Dig my grave with a silver spade
Why don't you dig my grave with a silver spade
Why don't you dig my grave with a silver spade
Ah, lay me down with a golden chain
Why don't you lay me down with a golden chain

Have you ever heard the church bell song
Ah, have you heard the church bell song
Have you ever heard that church bell song
You know that this poor boy's dead and gone
You know this poor boy's dead and gone

One kind favor that I ask of you
There's one kind favor that I ask of you
One kind favor that I ask of you, ah
Please see that my grave's kept clean

Lou reed - See that my grave is kept clean (full version)

LOU REED - Venus In Furs

femme fatale - Velvet underground

The Velvet Underground-Heroin

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Creep - Radiohead

The Rolling Stones - Gimme Shelter @ Glastonbury [HQ]

The Rolling Stones - Emotional Rescue

The Rolling Stones - Emotional Rescue

John Martyn - I'd Rather Be The Devil (1973) live at the bbc (excellent ...

E o peixe frito passado por aquela farinha...

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/alguns-pensavam-que-podiam-voar-testemunhas-recordam-o-dia-em-que-rabo-de-peixe-foi-inundado-de-droga?ref=HP_PrimeirosDestaques

STILETTO

Certificava o olhar com o velho rímel,
e o espelho mentiroso,
retocava a sua satisfação.
Lábios a condizer com a ousada lingerie,
advinhada no auspicioso decote
que enlevava o andar desenhado pelos stiletto.
Aprumada até à vagina,
ensaiava passos à la minute,
e,
continuava á espera,
do assobio vindo do sofá vazio.
Sempre vazio.
Já com o sabor do bolor do tempo,
que envelhece o desejo,
sofisticava a pele manchada
pelos beijos nunca acontecidos.
Cuspia na sorte
que a conduzia para o quarto.
Vazio.
Frio.
Como de costume...


2018Nov_aNTÓNIODEmIRANDA

# da série pessoas de quem eu gosto muito #

Madalena Ávila | Manuela Leitão

Metallica - Nothing Else Matters [Official Music Video]

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

REQUIEM PARA UM RECÉM-NASCIDO

O silêncio é um lugar sossegado.
Há gajas boas todos os dias, e nos outros,
também não.
Deixa-nos cansados de tanto tentar abrir janelas,
para um olhar sem nada.
Quietos, na espera da manhã atrasada,
celebramos os coros da esperança sem sentido,
enquanto salgamos as feridas que nunca fogem de nós.
Alegramo-nos no futuro derrotado,
e fugimos num passo miúdo,
antes que as lágrimas se riam.
Abraçamos qualquer possibilidade,
ao som das trombetas tocadas por músicos de ocasião, mascarados de talhantes,
hábeis conhecedores da vindima do sangue.
Bebei agora, o que de mim resta!
Claro que é pouco.
&
sobretudo,
não presta.

2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 5 de novembro de 2019

CANÇÃO DA AUTO-ESTRADA

E o teu amigo especial é a tua sombra nos momentos em que invejas o conforto da casa.
Esse bálsamo desconfiado que te fez pegar na mala e largar. A tua alma é um saco de viagem, repleto dos sonhos que te acompanham. Agora és uma solidão não sozinha, nunca igual à que vês nos olhos apressados, dos que sem qualquer sentido, caminham para o mesmo lugar. É a hora do lobo, onde o sol mal disposto e cansado, vai enganar a lua. E o teu amigo especial, é a tua sombra nos momentos feitos de esperança, às vezes com lágrimas com o sabor da hipótese mais apetecida. É sempre tempo para se viver aquilo que ainda não aconteceu. Agora que a noite caiu, e o polegar é o teu anjo da guarda, há um frio que te deseja e abraça o corpo. Há uma espera imaginada. Agora qualquer beijo seria bem-vindo. Qualquer tronco de árvore no jardim será a tua cama. Agora que rogas no teu único silêncio, um soluço que nem de saudade já é, agora onde todos os minutos recusam o adormecer, e o medo habitual vai fazer-te companhia, agora que te apetecia chorar mas falha-te a vontade, agora não podes parar. É a vida feita saudade. E há sempre um carro que policia com olhos curiosos. Abeiram-se de ti, e pedem uma qualquer identidade, menos aquela que te pertence Partem para voltar. Voltar sempre mais cedo do que era imaginável. Observam-te, vigiando a atracção da tua diferença. Agora, todas as estrelas que tu não vais sonhar, foram dormir. Deixaram-te sozinho e não te iluminam o tecto. É sempre longe qualquer desejo. Nem um cão está tão abandonado. Logo, quando o frio for mais forte, terás pensado, talvez mais um dia, afinal sou um gajo com sorte. E vais tomar o banho habitual, numa qualquer retrete de estação, lavando a tua bondade em suaves prestações. Então, esperarás como sempre, por alguém sempre ausente, que continuará a não te estender a mão. São fáceis todos os sorrisos. É normal o desprezo com que passam por ti. Hoje e amanhã, nada será diferente 
Mas tu tens a estrada da alma enorme, que impede de seres tal gente. 
Fugiste dos caminhos perfeitos. Em tempo algum, foi aceite a tua necessidade E a tua consciência sempre foi confundida 
Adormeces com uma faca na mão, sabendo que nem sequer vais ter tempo para a usar . 
Educadamente dizes boa noite ao clochard 
Ele farto de ti Saúda-te com um peido 
Nem um deus mentiroso tens para confiar. 
Agora fazes-te lembrar naquela velha música: 

“Sitting on the dock of the bay   
Watching the tide roll away”

,2015abr_0,22h-14aNTÓNIODEmIRANDA