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quarta-feira, 29 de maio de 2019

VOU SUBINDO A ESCADA

Abraço a memória em suaves 
tragos de sossego. A noite dos 
lençóis calmos, acabará por 
aconchegar o novelo das 
recordações. Desenho nesta 
velha pele entrapada, cenários 
de circunstância, para arquivar 
na tela das contemplações. 
Olho-me nestas voltas doridas, 
e aliso qualquer coisa parecida 
com um sorriso. 
Não me lembro daquilo que 
perdi, e, há muito que não 
recebo mensagens da minha mais 
significativa vitória. 
Contudo, ouso mesmo assim, 
pensar que nem tudo foi em 
vão. 
Vou subindo a escada, nunca 
lhe perguntando pelo último 
degrau.
2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

ELA COSTUMAVA GOSTAR DE MIM!

...até que descobriu quem eu 
era.
Dizia-me que tinha um olhar triste, 
mas que poderia fazer 
qualquer coisa mais profícua 
para me alegrar.
Remédio santo!
8 dias depois, 
foi constituída arguida, 
(com notícias nos rodapés de todos os noticiários), em 72 mil situações de inadaptação sexual. 
Convém dizer, que na última benção, 
o papa não esteve presente.
Não estava na disposição de perder 
aquele blowjob (broche em português), 
há muito prometido pela Gioconda. 
Educado e agradecido, como sempre, enviou uma calorosa mensagem ao glorioso, para assinalar o 37.

2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

domingo, 26 de maio de 2019

Na Poesia Incompleta (Obrigado Changuito)

https://poesia-incompleta.blogspot.com/2019/04/a-mala-do-poeta.html?spref=fb&fbclid=IwAR0XrJc938ZCzqCHRJKkp5iJF9VciNC7K_gOmfX0yvpJL-BHGbhwSkxleq0









QUERUBIM LAPA (Av. D. Carlos, Lisboa)




ELIMINA-LOS


Se a família Incomodar 
 Se a sociedade Usurpar 
Se a inveja Afectar    
Se for mentira o Lisonjear
Se a amizade Infectar  
Se o afecto Maltratar
Se o tempo te Atar     
Se o desejo Ignorar
Se a conversa Filosofar  
Se o desabafo Atropelar
Se a perfeição Banalizar 
 Se a certeza Errar
Se a vontade Fraquejar   
Se a saúde Discordar
Se a saudade Azucrinar   
Se a verdade não Funcionar
Se o banco não Financiar 
Se a sorte Atraiçoar
Se o pobre Especular   
Se o curioso Averiguar
Se a azia Fermentar    
Se a beleza Complicar
Se a polícia te Engavetar  
Se o prego Enferrujar
Se o bruxo não Exorcizar  
Se a cassete Embaraçar
Se o insulto Exorbitar  
Se o vaticano não Conciliar
Se o céu não Esperar  
Se a beata não Cochichar
Se o papa não Canonizar  
Se o patrão Danificar
Se o adepto Fanatizar  
Se a escola Defraudar
Se o vendedor Exasperar  
Se o professor não Fantasiar
Se o técnico Espernear  
Se a bebedeira não Encharcar
Se o gerente não Extraviar  
Se a coragem Fracassar
Se a escolha Embaraçar  
Se a moda Estranhar
Se o medo Estilizar  
Se a fúria Abrandar
Se a ambição Estontear  
Se a pátria Falhar
Se o governo Eternizar  
Se a eleição não Espatifar
Se a religião Divinizar  
Se o respeito Desanimar
Se a surpresa não Espantar  
Se a utopia não Dinamizar
Se a realidade Desapontar  
Se a piada Encrencar
Se o sorriso não Contagiar  
Se o abrigo Esfriar
Se o mcdonald`s não Fechar  
Se a telepizza não incendiar
Se a televisão Atrapalhar  
Se a assembleia Avacalhar
Se o partido Controlar  
Se a revolta Desmoralizar
Se a vida danificar

… elimina-los

2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

MEMÓRIAS DE UMA BEATNIK

Eu e a Diane Di Prima
Num quarto escuro
E com a televisão apagada.
Não me lembro!
Será que foi mentira?
Queimámos artifícios de poemas,
e com a ajuda das barbas do Allen,
escalámos uma parede do Chelsea Hotel.
Lá para os lados de Brooklyn,
Timothy Leary procurava fósforos ungidos,
para aquecer a neve que lhe fugia dos pés.
Em Central Park,
esquilos simpáticos ofereciam 
rugas do velho jazz,
embrulhadas em papel de amendoim.
O sol acordou tarde naquele dia.
Tinha estado numa jam com Charlie Parker.
Eu e a Diane Di Prima
Num quarto escuro.
Há invenções
que me permitem
o sonho.



,2017mai,aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 20 de maio de 2019

ADORO A BATOTA DA NOITE

Sou um
batoteiro
da noite.
Inebrio-me no seu
perfume de noiva

atrevida,
e ensaio a mais

ousada dança do
“Jumping Jack Flash”.
Não resisto
ao seu véu

de núpcias
escaldantes.
Ajoelho-me
para
saborear

o cinto de ligas,
e desperto

lentamente
o
desejo.
Adoro
a batota da noite.
Entrego-lhe
sem remetente
o meu sonhar.

,2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

Muito Bom!


Hoje!!!!!!!!


MUSEU BERARDO

Gosto do museu Berardo.
Vi, e espero continuar a ver, grandes obras.
É só uma questão de gostar...


domingo, 19 de maio de 2019

SLB_37

















Estou triste!

Promessa da música clássica de Barcelos morre aos 32 anos





Samuel Bastos, da freguesia de Oliveira, concelho de Barcelos, morreu aos 32 anos, deixando em choque os meandros da música erudita.A notícia do falecimento do jovem músico que integrava a Orquestra da Ópera de Zurique foi avançada pela Rádio Barcelos, desconhecendo-se ainda as causas do óbito.Samuel Bastos era oboísta solista da Orquestra da Ópera de Zurique e venceu, ao longo da carreira, vários prémios nacionais e internacionais.

sábado, 18 de maio de 2019

NO PALCO DOS SONHOS

ACTO1

No intervalo do ápice,
saltita a vírgula apressada
que perante a ausência do aplauso,
faz uma pausa agradecida,
ensaiando vénias fora de uso.
O público humedecido
sai pela porta do fundo,
levando escondida
a récita que o emudeceu.
Nada disto constava no cartaz,
nem tal foi aflorado na conferência de imprensa.
A crítica sabiamente enaltece
a falta de interesse
abundantemente manifestada.
No teatro vazio,
fantasmas nostálgicos
brincam com as mais loucas coreografias.
No palco dos sonhos,
baratas julgadas tontas
podem agora jogar ao berlinde.

ACTO2

Acordou a máscara.
Pendurou a maquilhagem.
Farto de ser ele próprio,
vestiu a personagem para que tudo
voltasse ao princípio.
Aliviado,
cortou a cena em pequenos actos
e cozinhou com todo o amor
a sopa dos pobres.

ACTO3

3 pancadas
atingiram a sua fé!
Nunca mais voltou a ser o mesmo.

ACTO FINAL

Correu-se o pano,
que foi dobrado em mil mortalhas.
Congelou os soluços
que escorriam pelos pulsos.


,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Cançó del Matí Encalmat


Lula Pena na Agenda Cultural Lisboa_Mai 2019


ASSIM COMO QUEM RETORNA AO CÉU

Na 7ª hora
No 7º dia
No 7º mês

a cigana da sina infalível, 
disse-me com os dedos cruzados, 
que a minha mentira,
afinal seria possível.
Ofereci numa generosa moeda,
o número do telefone do destino
que ainda não encontrei.
Olhou-me como se não me visse,
alargou as asas, 
queimou a saia comprida,
e só depois se despediu.
Assim como quem retorna ao céu.
Não sei onde estive sentado.
Perdi a vez.
Levantei-me, supostamente na direcção do abandono que me levaria a casa. Esperei as horas dignas no degrau daquela felicidade que tarda a chegar. Pássaros tristes voam desesperadamente, desenhando na gaiola a obscena liberdade. Neste jardim calcado por passos que possivelmente me pertenceram, olho indiferente para lágrimas que secam flores.
Dispo a memória. Aqueço o desejo. Ensaco-me no pijama do nojo, mas, já não consigo prometer-me, que desta vez será a sério. Apago o candeeiro enjoado do abat-jour que só quer dormir, e que nada se importa com a minha mais pequena significância. Fecho os olhos com a suposta alegria dos beijos sem tempo, e regresso ao futuro por mim sempre pintado.
Nada mais me importa…

,2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 15 de maio de 2019

COM OS PÉS ASSENTES NO CHÃO, COMO CONSEGUIREI TIRAR AS CALÇAS?

Cá estamos!
Eu e a habitual espera, riscada neste desencontro com vista marcada para o abismo. “Os grandes poetas morrem em fumegantes tachos de merda”. 
Bukowski continua a ter razão. 
Uma conversa tranquila com palavras molhadas no hálito de uma garrafa de whiskey, livre como um tiro saído do meu olhar, será sempre um alibi perfeito.
E isto é proibido, segundo o regulamento da delinquência conformada. Se as pessoas do costume não aparecerem, é sinal que a minha coerência não é limpa numa lavandaria. 
Descongelar gatafunhos, amaciá-los numa cozedura a vapor, parir um vomitado decente, e embebedar o céu com restos de ternura. Pagar o que dizem que devemos, em suaves prestações mentirosas, agitar o olfacto, cortar o cinto, embelezar a noite com nuvens de fumo distraído, fincar os pés no chão e agradecer educadamente a hipotética conveniência de não conseguir tirar as calças. Esperar qualquer coisa que me surpreenda, e nunca bajular o tempo sujo com o laivo da saudade.


2018Abr_aNTÓNIODEmIRANDA

sábado, 11 de maio de 2019

NUNCA DEVEREI NADA À PRETENSA BONDADE DA HUMANIDADE

Na sala da despedida do jardim das árvores brancas, estendo a mortalha da memória.
Sentado no banco das lágrimas tristes,
rasgo beijos escritos nos poemas dos anjos caídos.
Chegam-me sorrisos com palavras há muito não ouvidas, enquanto nos ombros, caiem gotas com o peso das ausências (sempre choradas).
Não me apetece estar na clínica da bondade apodrecida.
Há um tropeço malicioso, sempre pronto para cimentar a ruína.
Uma rede nada prestável para amparar o cair.
Anuncie aqui!
Está escrito naquele painel,
oleado com a maior falsidade.
Entretanto, num obscuro laboratório, ordenham-se alquimias infalíveis,
previamente testadas na ansiedade do prometido mundo novo.
Ordenam-se artifícios magoados nos partos prematuros.
Parem-se crianças com olhos assassinos, ostentando tentáculos famintos, prontos para a guerra frutuosa das angústias pré compradas.
Mas ninguém ri, neste postal ilustrado com códigos errados.
Desistir, é o destino mais traiçoeiro que nos podem oferecer.




,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

“ORGANIC FOOD”


Malmequeres conversam numa jarra enferrujada. A água, maliciosa, ouvia preguiçosa, palavras que fugiam da sua azia. 
Choviam cântaros animados, trazidos por saltimbancos em adiantado estado de desemprego. As palavras importantes tardavam a acontecer, e as canecas do vinho, sem tragos, começavam a desconfiar. 
O desespero é sempre uma ideia muito mal suportada. Fala-se sempre tardiamente da sua notícia. E, nem sempre se encontra o fato adequado para vestir. Ninguém rega o jardim das sombras, embora toda a gente queira arranhar a flor da esperança. Pede-se amizade, agora numa qualquer rede social. É simples de adquirir. Pode saber bem, mas geralmente faz mal. Talvez seja como a “organic food”. 
Que deus me ajude! 
Que me ampare a diarreia! 
Não comungo desta ideia! 
Tragam-me uma bifana! 
Há cheiros que me cansam de um modo abusivo. Enjoo sem motivo, e, é bem verdade que não interajo facilmente. Por acaso, nem acho isso indecente. Até porque não gosto de ficar com o optimismo em banho-maria. 
Uma jarra ensanguentada, mostra-se cansada da água destinada, para afogar as lágrimas do silêncio por vezes inquietante. Os filmes bons são aqueles que ainda alimentam a nossa memória. 
E, convém saber, que a memória é um prazer que não cabe em toda a gente.



,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA


ESOFAGITE

Odeia-me!
sempre!
E como quiseres!
nunca pedirei desculpa
por não ter consumido os
teus pecados.
Seria tudo mais simples se não 
tivesses inventado a complicação 
estúpida de pensar que és 
necessário.
Mil vezes te absolveram 
num piquenique de hóstias marinadas 
numa vinha-de-alhos pouco 
escrupulosa.
Ouro manchado que pinta uma fé 
que aniquila . Promessas inúteis 
compradas no mais duvidoso dos 
altares.
Há que proibir certos domingos para 
dar o merecido descanso às 
pessoas da boa vontade.
Quem sempre se curva, é porque 
não sabe que isso afecta a 
esofagite.
,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

LACRIMEJAR

Tenho-te na mão!
Posso fazer contigo o que me aprouver.
E desta vez,
vou ser mau até ao fim.
Vou espremer-te
até
começares
lacrimejar.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

PIQUENIQUE DA POESIA

Logo à noite,

na Ursa Maior,

estenderei a toalha

para o piquenique da poesia.

Não reservado

o direito

de admissão.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

O HÁLITO DA OBRIGAÇÃO

Gosto das conversas do pátio do desassossego.
Não temos nomes para confundir.
Não existem sorrisos para pintar.
As palmas são dispensadas peremptoriamente.
Vemos o mesmo filme, onde não cabem artistas que não conhecemos.
Bebemos o mesmo silêncio em tragos de amoras suaves. Despejamos marés num rodopio amistoso, neste afecto do som sem vozes. O mundo gira naquela roda que deitamos fora. Curtimos as peles nos cardumes dos abraços, soletrando o correr do tempo. Odiámos como deve ser, o hálito da obrigação. Inventámos deuses sem contemplações menores. Nada nos preocupa. Sobretudo a ideia de pensarmos que estamos vivos. Guardamos religiosamente este segredo, e a sua mesquinha importância.

  



,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

NÃO QUERO MIRAR A VIDA NUM RETROVISOR

Escondi os passos numa sombra que não é minha. Não encontro o refúgio para a última refeição que desejo. Está habitada de fantasmas a estrada que me persegue. Um puro-sangue foge-me das veias. Nada se parece comigo. Será breve o instante da confusão? O coração oferece eventos sem me convidar. Já não há caminhos misericordiosos. No nevoeiro da minha cabeça, escondem-se sonhos maltratados que só queriam beijar o céu. A felicidade é uma novidade rota, bebida numa asneira cruelmente mentirosa. Não quero mirar a vida num retrovisor. Não tenho pressa de expirar o prazo da validade. Ocupo a minha paciência, (só de vez em quando). Tenho um método (infalível) para aplaudir a falta de interesse. Não sou necessário para nada. Não passo de um energúmeno bem intencionado. Não sou triste nem abençoado. Nunca renego cair em mim. 
Tenho mais que fazer do que aturar tribos de imbecis, e a sua colectiva masturbação.

Pufffffffffffff….f…..
O mar fica tão longe. Salpica-me o abrigo como se fosse um sal brilhante, que aquece o saco-cama. Inventa histórias tornando-me num menino com medo de adormecer. Promete-me um colchão com uma quente brisa de lençóis de poesia escondida no sabor das ostras. Sempre tive no oceano da minha cabeça, um arco-íris de velas flutuantes, que nunca esquecerei. 
Não quero caçar o meu sonho.
Não admito que pintem esta desilusão.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 9 de maio de 2019

PEÇO DESCULPA PELA DEMORA

Já devia estar no
ancoradouro para o
paraíso.
Peço desculpa pela
demora.
Sou mártir de um
optimismo
exagerado, embora
comece a ficar
esmurrado.
Um tarado tarot
sexual,
tenta convencer-me, 
que não passo de
uma inocente vítima
do assédio de um
deus qualquer,
que me quer converter
num               avc
sigilosamente
santificado.



,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

NOVELO QUEBRADO

Penso que és uma
mentira absoluta.
Um novelo quebrado
com perspectivas banais,
uma anomalia
ligeiramente conseguida,
num baralho de gargalhadas
com um joker desatento.
Um verbo naufragado,
com tempos sem fim à vista,
um queixume sempre prolongado,
naquele mar
que nunca te molhou.
Há uma vida
que de ti há muito
desistiu, um regresso
que não te acolhe,
um verso que
nunca irás ler,
uma hipótese
que não acredita
na tua vontade falsa.
Tornaste
aquele sonho perverso,
e devias saber,
que isso matou
o teu único amigo.
No teu país,
já não corre o sabor
da esperança.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

NÃO ME APETECE PENSAR

Não sei porque fugiste do
meu romance.
Não calques as borboletas.
Estava escrito no asfalto que
cobria o último sorriso da tua
espera.
Já não me lembro
dos silêncios que molhavam
os nossos desejos.
Não
me
apetece
pensar.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

DESENLACE ANIMICAMENTE NÃO CONTURBADO

Convém estranhar a pele.
Desconfiar o mais possível da argúcia
da angústia.
Descongelar os medos,
acordar os segredos,
e ignorar as directivas digitais.
Há perfumes que denunciam a pré-
disposição para a realidade menor.
Assim sendo,
corrige-se a situação
com uma loção capilar,
obviamente bem intencionada.
Deitar fora todos os provérbios pervertidos, será uma solução amiga para sempre.
A beleza nem sempre é fundamental!
Da poesia, convém não exagerar.
Suspeitar daqueles que se dizem poetas, oferece-me um desenlace
animicamente não conturbado.

2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

NUNCA CHAMES O AMANHÃ, SE NEM HOJE CONSEGUES LEVANTAR-TE


Não ando por aí aos caídos,

mas tenho noites que me trocam os passos

, e acordo com ossos de galinha na cabeça.

Despejam os meus olhos um sol vermelho,

que não me lembra onde passei a última noite.

Pensei que tudo iria dar certo desta vez

, mas o napalm que saía do filme,

espalhava lágrimas queimadas

que fizeram a minha vergonha.

Não consigo expulsar os monstros da almofada,

que pensa sossegar um futuro sempre machucado.

Tudo está errado nesta manhã.

Sei pelo seu bafio,

que me espera um acorde indecente.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

AO FIM E AO CABO...

Gostava de inventar um quadrado redondo. Nada dessa coisa de limar arestas, malvadez que não passa de um péssimo exercício cinéfilo, amarelecido com artistas de alma de plástico. Estou mais virado para uma concepção obstrutiva, tendente à contrariedade de qualquer conceito de arte intencionalmente obsceno.
O que acabei de escrever, como sói dizer-se, é uma treta. Sujar uma folha com palavras, e pensar que pelo menos 1 ou 2 cretinos, irão ter a curiosidade de olhar para elas, deixa-me minimamente preocupado. Nada de importante tenho contra os cretinos. Apenas o inefável facto da sua existência. A análise conjuntural também não é paleio que me anime por aí além. Resto-me no meu beco, que quando de mim se farta, nunca se esquece de abrir a porta da saída. Claro que me podem levar a mal. Eu, se estivesse interessado, faria o mesmo.
Afinal só tenho 64 anos!
Continuo a não estar desanimado comigo.
Gosto do meu eu,
e do seu sentido não modificado.
Respeito-o avidamente sempre que ele aparece.
Ao fim e ao cabo, damo-nos bem.
Isto é, sempre que nos convém.
,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

AS PORTAS DO CÉU

Fala com ele!
Disseram-me que nem sempre está ocupado.
Cuidado!
Não atende números anónimos,
nem responde a mensagens.
Claro que te tens portado bem,
não é?
Tens tratado com todo o respeito o próximo,
ou é só quando estás distraído?
Toma atenção!
Ele tudo vê.
Queixas-te da fome?
É coisa que ele não aprecia.
Choca-te a miséria?
É melhor mudares de cenário.
A injustiça está sempre presente?
Não digas blasfémias.
Reza à hora certa.
Não renegues o chicote.
Mantem-te ajoelhado.
É assim que ele quer.
Não encontras as portas do céu?
Não te incomodes.
Foram pintadas e colocadas noutro lugar.
Ele está enrascado.
Nada lhe disseram.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

1966 Have You Seen Your Mother Baby Standing In The Shadow THE ROLLING...


segunda-feira, 6 de maio de 2019

A PRIMEIRA 5ª FEIRA

Cheguei a casa à hora do costume.
Eu sei que morreste.

Sabes,
Agora estou a chorar
a ausência da tua espera.

,2016,04,15_04,00h
aNTÓNIODEmIRANDA

A imagem pode conter: António de Miranda, cão

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, guitarra e interiores

sábado, 4 de maio de 2019

AQUI NA ALDEIA...












VILA CHÃ - S. GERALDO - VÁRZEA

Batatas para semear ( Fátima e do Abílio ) S. Geraldo

Cachito de uvas_Vila Chã


Oliveira _ Vila Chã

D. Isaura e Ana _Café do Abílio_S. Geraldo

Meninas, estaindes à janela...Festa de S. Geraldo

Tá-se bem. Casa de Vila Chã

Oliveira _ Várzea