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terça-feira, 17 de outubro de 2017

TERRA QUEIMADA

Terra queimada, das carícias da enxada companheira, cavas agora na minha alma, as lágrimas feitas do suor, com que cumprimentávamos o nascer do sol. Deste-me a vida, leira amiga, e pagaste-me com o doce néctar que matava a sede. Com nada me faltaste,fruto por vezes agreste, e o céu então azul, é testemunha dos segredos que partilhámos.
Terra sagrada.
Morri quando te assassinaram.
Já não me abriga o consolo da sombra das tuas árvores.
Já não vejo os cachos que te embelezavam.
Nem sequer os regos com que te desenhei, que eram rugas que te deixavam feliz.
Nem sequer o cheiro das macieiras amigas, nem o olhar do cão que tomava conta de nós.
E a navalha que cortava a maçã da desjejua, tem no fio, gotas de sangue.
Sabes, sempre pensei que partiria antes de ti.

,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA

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