Ouço passos nesta lembrança que só esquece,
e me vai abandonando num rodopiar de truques encenados num filme antigo.
Onde estão agora os que se enganaram no destino?
A varrer o medo com uma vassoura mentirosa, ou talvez a pintar o silêncio nas janelas, com vidros bordados a ponto cruz.
Rosas com espinhos tristes, açoitam a dúvida dos seus rostos, e sentados na cadeira do esplendor, prometem apontar na melhor direcção.
Já nem sequer é uma alucinação.
A ferrugem nunca dorme.
É o modo dela temperar a pele.
Almas zombiadas, acendem velas de aniversários nas festas soturnas, com animação cultural fecundada por dj`s manetas da cabeça.
Sequelas apressadamente limpas a seco, tentam mostrar a etiqueta da última aparição.
Uma mão infectada estica a língua, escrevendo borbulhas na certidão de óbito.
Se calhar há coisas que acontecem fora do tempo.
Uma black mamba destruiria sabiamente esta mentira.
Mas isto geralmente não é como nos filmes.
,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA
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