Há bocados que guardamos com a falsa promessa que mais tarde irão fazer-nos falta.
Mas o tempo não passa de uma revista com muitas páginas desactualizadas que nunca rasgámos.
Seria mais fácil acreditar nas coreografias sorridentes e conjugar as ausências num passado excluído. Tenho um tecto proctecor onde se esconde um manto furado em permanente liquidação total. Enrola-me a cabeça com uma toalha tépida de sumaúma e afaga-me as pálpebras numa ficção admirável.
O mundo novo que promete chegar, não passa afinal de uma projecção recauchutada.
Mil sons espumam nesta curva de cotovelo ferido com a derrapagem anunciada.
E, estes bocados,
o tempo não os deixa apanhar.
,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário