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domingo, 26 de março de 2017

ILOGIA

Podem chamar-me tudo na vida.
A essas línguas eu digo não.
Talvez um dia lhes fale da minha faculdade para não compreender a sua ilogia.
E quando o mundo acabar tocaremos a mesma música?
Nada acontece por acaso.
Mas a contingência tem as coordenadas  perdidas.
Quando a música acabar estarei mais longe para nos acontecermos.
Dançar naquele ritmo macio, malicioso e mal dizente nos compassos em que nos perdemos. Quando a música acabar nada do que restará do mundo nos poderá prometer outra coisa senão a nossa vã tentativa.
Quando a música acabar trocaremos as próteses como fizemos com o sorriso das alianças.
Quando o mundo acabar ninguém se irá lembrar do nosso malogro. 
Eu te saúdo alegria estendida na corda
onde enxuto o que vivi da vida.
Até ao fim.
Com todos os cumprimentos para aquilo que ainda espero

,2017,mar_.aNTÓNIODEmIRANDA

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