Vem meu anjo,
desce esse caminhar do medo,
pérola fendida nas mágoas da escuridão.
Tenho um poema pintado com palavras,
um sonho para colorir, um grito absurdo,
uma mão para amparar o vómito de todos os desencantos.
Iremos por fim, ouvir os acordes do realejo do amolador, que no seu canto de profeta,
anuncia a boa nova do tempo que o magoou.
Chega com a pressa do momento dissonante,
sê gentil só com aquilo que pretendes,
se erraste, nada emendes,
e tenta sorrir para quem pensa que existes.
Vem, meu anjo!
Procuraremos um lugar digno da tua mentira,
um altar adequado à tua ausência,
um abraço ocasional para a nossa brevidade.
Somos um contra o outro,
o resto mais importante do nada
que nos viu nascer.
Vem, meu anjo!
Escorrega devagar dessa nuvem
que só te leu nomes errados.
Estou à tua espera!
Já é tempo
de nos conhecermos.
2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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