Sinto-me mais ou menos.
O que não é lá grande coisa.
Os dias vão andando,
molhando os anos
quando não há mais nada para acontecer.
Visito as memórias habituais
por mera questão de cortesia.
Parto a cabeça em parcas fatias de melância,
e na banca da praça,
à peixeira do costume,
pergunto pelo peixe
que não evejo exposto.
Responde sempre da mesma maneira:
já o tive!
Era tão bom que desapareceu num ápice.
Sobretudo o que não existe
tem este mentiroso hábito.
Aqui nesta aldeia,
toda a gente sabe tudo.
Até porque o queixar-se,
é uma coerência assumidamente mantida.
O tempo vai ficando cada vez mais velho!
E não é que agora,
o tinhoso,
cismou em tornar-nos mais enrugados?
2017set_aNTÓNIODEmIRANDA
Vila Chã
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