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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CRÓNICAS DE VILA CHÃ (no lenço da saudade)

Nesta conversa, as palavras que a molharam nunca poderão ser escritas. São como os sonhos sem destino, plantados numa nuvem que para sempre fugiu. Digo-te com os fragmentos de um coração empedrado, que os sentimentos só duram a circunstância. O contexto, essa anormalidade ocasional, não passa de uma cretina estupidez, onde os pardais não argutos, cuscam sementes enferrujadas. Mas, eu aqui no silêncio das estrelas com as horas que secam o tempo, enrolo o mastigar desta constante solidão de que todos me falam. Qualquer dia não será diferente de ontem. É uma ignóbil parecença que não nos dá qualquer vantagem. Ouço histórias que de tão repetidas, me fazem reconhecer a sua veracidade. Há gente nova a tocar concertina, perante o olhar dos mais velhos, que desconfiados, não fingem o simples facto de gostar. E recordam no lenço da saudade o baile mandado daqueles loucos sábados à noite.
Isto está empestado de Parkinsons e Alzheimeres.
Hoje três pessoas cumprimentaram-me num andar cada vez mais cansado.
Bom dia.
Boa nôte.
Até quando?



2017set_aNTÓNIODEmIRANDA

Vila Chã

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