Cansados
vão os pássaros para o ninho depois de um dia de tanto navegar.
E o
Heitor (o meu amigo pombo), que pensava que era pintor, continua a
não compreender porque o maltratam, quando com todo amor caga no
retrovisor a mais sofisticada das suas obras. Chega triste à célula
21 do ramo disponível e tenta confortar a família pela angústia de
mais um voo não conseguido. Veste o roupão com penas tão doridas
como o secreto desejo de um dia voltar a ser um pássaro feliz.
Depois, com os filhos aquecidos debaixo dos seus sonhos, promete só
um desejo para lhe dourar os olhos.
É
triste ser pássaro mas lá fora é que está a gaiola.
,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA
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