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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PENAS DORIDAS

Cansados vão os pássaros para o ninho depois de um dia de tanto navegar.
E o Heitor (o meu amigo pombo), que pensava que era pintor, continua a não compreender porque o maltratam, quando com todo amor caga no retrovisor a mais sofisticada das suas obras. Chega triste à célula 21 do ramo disponível e tenta confortar a família pela angústia de mais um voo não conseguido. Veste o roupão com penas tão doridas como o secreto desejo de um dia voltar a ser um pássaro feliz. Depois, com os filhos aquecidos debaixo dos seus sonhos, promete só um desejo para lhe dourar os olhos.
É triste ser pássaro mas lá fora é que está a gaiola.




,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA

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