Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 11 de maio de 2017

OS ÚLTIMOS POETAS

Jorradas no chão,
lambendo lâminas enrouquecidas,
as estrelas solitárias

no picnic dos anjos da boa vontade,
cantam só para mim prosas simpáticas.
E nos meio dos últimos poetas
há um sax que grita
rejeitando toda a clemência.
E aparecem palavras que cortam
e com este sangue abençoado,
serão escritos poemas
onde o tempo não pousa.
Continua o assassínio
nestas ruas envergonhadas de gente com alma,
que só quer uma oportunidade.
E as feridas nunca serão curadas,
e os gritos arrumados no monte da ingratidão.
Sepulcros remexidos no meio de orações breves,
tão curtas como a circunstância
de só terem tentado viver.
E os últimos poetas soltam a poesia

de todos os medos,
com todas as cores.
Na marcha fúnebre que os acompanha,
pensam com a esperança possível,
na sagrada indiferença
com que são considerados.
Os últimos poetas vão assim morrendo.
E mostram rosários
de nenhum arrependimento
.


,2017mai,aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário