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terça-feira, 16 de maio de 2017

CANÇÃO DO 1º DE MAIO

Roubam-te o pão no mísero salário.
És menos do que o chão
onde eles escarram
e a escória que continuam a querer que sejas.
E a vergonha com que atravessas a vida,
a fome sofrida
nesta ausência com todos os dias,
não é uma condição do destino,
que o patrão assassina
na gordura do seu extracto bancário.
Pobre de ti
de bandeira na mão!
Uma vez sim,
outras também não.
E a renda vazia,
e as horas sempre longas
e demasiado tristes
escondidas na persiana
onde rezas a desilusão.
Roubam-te tudo!
De ti e dos que agora não consegues olhar,
neste vazio só e frio
coberto com lágrimas
que pintam um muro
tão triste como o teu atributo.
Roubam-te tudo
Mesmo o que de ti já não há.

,2017mai,aNTÓNIODEmIRANDA

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