Dizia-me
ao ouvido perguntas para um teste que não conseguia perceber.
E
eu quieto, neste fim de vida na minha varanda plantado, rodo todas as
clepsidras e fujo do tempo que quer tombar as velas pintadas nestas
ondas de incerteza.
É
certo, talvez ainda não para mim, que o vento sopra um lamento
apressado, escrito com esta espuma que entrega as palavras, no mar
que de mim sai.
Só
porque aquilo que quero,
já
não se lembra de mim.
Chicote
desalmado, dor insana e prurida, coisa impura tão sofrida, que
pousa na janela que não quero abrir.
E,
se um dia te falar,
coisas
que de mim nunca soube,
deverás
acreditar
que
poderão ser verdade.
Mas
a vida é um espelho ardiloso,
o
amor um verbo com tempos inúteis,
onde
nada poderá existir para além
de
um presente perdido.
Nada
te posso prometer!
Mas
gostaria que nos amássemos
na
próxima oportunidade.
Que
deus te assoe,
que
eu agora já não tenho lenços.
Que
alguém te ilumine,
porque
eu perdi o isqueiro.
,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA
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