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quinta-feira, 18 de maio de 2017

COISAS QUE DE MIM NUNCA SOUBE

Dizia-me ao ouvido perguntas para um teste que não conseguia perceber.
E eu quieto, neste fim de vida na minha varanda plantado, rodo todas as clepsidras e fujo do tempo que quer tombar as velas pintadas nestas ondas de incerteza.
É certo, talvez ainda não para mim, que o vento sopra um lamento apressado, escrito com esta espuma que entrega as palavras, no mar que de mim sai.
Só porque aquilo que quero,
já não se lembra de mim.
Chicote desalmado, dor insana e prurida, coisa impura tão sofrida, que pousa na janela que não quero abrir.
E, se um dia te falar,
coisas que de mim nunca soube,
deverás acreditar
que poderão ser verdade.
Mas a vida é um espelho ardiloso,
o amor um verbo com tempos inúteis,
onde nada poderá existir para além
de um presente perdido.
Nada te posso prometer!
Mas gostaria que nos amássemos
na próxima oportunidade.
Que deus te assoe,
que eu agora já não tenho lenços.
Que alguém te ilumine,
porque eu perdi o isqueiro.





,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA

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