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terça-feira, 16 de maio de 2017

CADA MINUTO EM QUE ME INVENTO

Cada minuto em que me invento,
pinto neste rodapé
asas do vento
e deslizo
sempre perto de mim.
Do navio perdi a âncora,
num qualquer coral de desânimo
onde não quero chorar
horas perdidas.
Solitário no desejo entontecido,
escrevo nas cordas desta harpa
manhãs de bruma
com caminhos sem volta.
Serei agora aquele,
que com a espada dos raios falhados,
acorda sempre antes do sonho.
Agarro sempre que posso
esta barca perdida,
e escrevo cântaros
cheios de versos amargos.
Cada minuto em que me escondo de mim,
dou luz ao farol,
abano um qualquer sos
sem sentido, ou rumo algum.
E estendido neste lençol
defraudado no oceano das angústias,
espero no desespero que não percebo,
uma rota diferente
e sobretudo com outros nós.
Em cada minuto em que me invento,
pinto neste rodapé
asas do vento
em que me escondo
sempre antes de mim.




,2017mai,aNTÓNIODEmIRANDA

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