Pois… 46 anos a ouvir a grande música, deixam-me gostos que gosto de lembrar. Não tem qualquer interesse estar para aqui a contar quantas vezes tenho ouvido, cantado e tocado, à minha maneira, esta canção. O tempo vai rolando e tenho tido o devido cuidado de não atrasar a sua eloquência. Mantenho uma vontade feliz de continuar a abrir as gavetas do meu armário, só possíveis com uma desarrumação inerente à minha permanente disposição de amar esta música. Porque gosto, porque sei, e porque sobretudo respeito. Aqui, nesta grande música, não aparecem grandes palavras, nem acordes trabalhados até à banalidade. Estamos a falar, e exijo que saibam, que estamos a falar de pessoas que na generalidade não sabiam ler nem escrever. Mas, porra! Alguém terá mais alma? Para mim é um acto natural falar e gostar de BLUES! Entendo a todo o momento o seu sentimento. Também eu não ocupei qualquer assento da faculdade, andei a estudar para padre, mas fiquei com pouco mais do que a 4ª classe. Não, não é nenhum disfarce. Outros ventos alheios à minha vontade navegaram um vento contrário à minha maré. Bom! Moinhos parados não movem águas, e eu, não levem a mal, há muito mijei essas angústias. Estamos a falar de BLUES, esta música, que eu com o meu irmão Tomás e o nosso grande amigo, António Salomão, ao longo de 46 anos, vamos bebendo. Desde muito novo quis provar outro sal. Fui procurá-lo. É certo que não tive a noção do medo, nem poderá dizer-se que foi uma questão de coragem ou necessidade. Aconteceu porque eu sou assim, e depois, como sempre, continuo a aprender. Honestamente confesso, que frases como “I`M IN TROUBLE WITH MYSELF”, despertam uma cumplicidade que me satisfaz. “I´M GONNA LEAVE MY BABY”, acontece .“DARK CLOUDS ROLLIN”, é sempre um princípio. Gosto! Gosto muito de BLUES! Gosto tanto que quando toco, sei perfeitamente que eles também gostam de mim. Por isso, continuo a não conseguir tocá-los sempre do mesmo modo.
Vou continuar a amá-los!
Mesmo que continuem a fazer parte da minha miséria.
É esta música triste, como costumava dizer a minha mãe, que ouço todos os dias. Não me canso.
“WAKE UP IN THE MORNING I GOT THE BLUES ON MY MIND”!
Um amor antigo, uma paixão permanente!
Mal ainda eu vim Ao mundo
Já me chamam Vagabundo
Já me mandam Trabalhar
O patrão está à minha Espera
Não houve tempo para a Escola
Não tive dias para Brincar.
Vou continuar a amá-los!
Mesmo que continuem a fazer parte da minha miséria.
É esta música triste, como costumava dizer a minha mãe, que ouço todos os dias. Não me canso.
“WAKE UP IN THE MORNING I GOT THE BLUES ON MY MIND”!
Um amor antigo, uma paixão permanente!
Mal ainda eu vim Ao mundo
Já me chamam Vagabundo
Já me mandam Trabalhar
O patrão está à minha Espera
Não houve tempo para a Escola
Não tive dias para Brincar.
aNTÓNIODEmIRANDA
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