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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

COMO É DIFERENTE O CHEIRO DESTE MIJO!

Nada sei disso!
Daquilo que dizem fácil.
Mas não enxergo na minha horta existencial o difícil.
Visto os dias com outros pormenores
que me desenham um Basquiat sempre hábil.
Pinto o meu gosto encharcando um grafiti movimentado
pela vontade de ser quem sou.
Sentado nas escadas,
enroscado nos degraus que me marcam,
arranjo ½ quilo de feijão verde para uma sopa
com todos os desejos permitidos.
E tempero esta malícia com o suave sangue
que molha os golpes dos meus medos.
Em boa verdade,
ainda não sou um exímio afiador de angústias.
Poderei tentar outra alegria mas a minha tristeza
é muitas vezes o mais importante.
Jean Michel sorri com um osso que roubou ao cão
que confiadamente frequentava a # factory #.
Joe Dallesandro com pénis desenhados nos ténis descalços,
pinta na seringa delinquências # gourmet #.
Irei mudar de sopa e afastar educadamente as pevides
com as cores do Miró.
Também já não sinto os degraus.
& alguém roubou a minha roupa!
Coisas dos artistas.
Mas é só neles que eu confio.
A guia do museu tirou-me a fotografia.
Neguei-lhe o autógrafo.
Já nada estranho nestes tempos.
Fui jantar à Trindade!
Como é diferente o cheiro deste mijo!


2016,10aNTÓNIODEmIRANDA

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