Amigo:
Quando tu dizes que sou o maior do mundo
só poderei responder que perante tanta amizade,
Ele ainda não nos merece.
Poderíamos falar com palavras para o ar
Que é assim que os poetas escrevem.
Nada nos paga.
Ao menos respeitassem esta ousadia.
Já não quero o vosso tempo,
Aquele que esculpe a dúvida
Num lamento cerâmico onde brotam palavras
que já não ouvis.
Semblantes turvados em tons nada subtis
e o sargaço do vosso olhar
Molhado naquele chão desamparado
que só lhes tingia os atropelos.
De tão perto e ferido
Entre lençóis de um azul fingido
Onde se fere o desejo
Esperando ondas de sossego
Para uma vida lavrada no sal
Do nosso esconso choro.
2016,09aNTÓNIODEmIRANDA
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