Não
sei se terei o tempo para ter o momento para te mentir no engano mais
verdadeiro.
Nada
sei de calendários com nomes estranhos que definem dias para
vontades nunca apetecidas. Fico-me por Janeiro não por ser o
primeiro porque sei que Dezembro tem um calor que já não me aquece.
Roubo figuras do presépio poupando-as assim ao desconforto de um
choque eventualmente patético. Agora são cromos pousados num musgo
com características normalizadas. Queimei assim as palhas para
incendiar natais onde só isso faltava. Fingia a alegria imitando o
olhar infeliz da criancinha e adormecia com a repetida frustração de
mais um par de meias de uma qualidade nem por aí além. Na manhã
seguinte toda a gente sorridente mas nada era mesmo o nada e o resto
nunca diferente. Os anjos de chocolate com asas deficientes, animavam
o José e a Maria arrependida. O burrinho constipado, o menino cagado
e alguém agoniado queimava incenso para disfarçar o cheiro da
erva.
,2016,05.aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário