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terça-feira, 3 de maio de 2016

ENCOSTO

Tantos anos a pontuar reticências,
pôr as vírgulas nas prateleiras certas,
estruturar a limpeza do pó do tédio,
programar a vida
como se não fosse um mar de colagens
e adormecer tardiamente
com o grafismo de capa de revista.
Ama-me pela manhã
Mata-me só um pouco para este dia
porque eu só quero gostar de ti
até a minha tristeza se enevoar
Mata-me devagar
Ama-me como se fosse fácil
porque eu só quero o encosto
que não me magoe.


,2016,04aNTÓNIODEmIRANDA

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