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quinta-feira, 19 de maio de 2016

BÚZIO

Encostou a maré ao ouvido
e beijou o búzio que religiosamente guardava.
Bebeu o champanhe do mar
entrando nas ondas com toda a paixão.
Lembrou-se do horizonte
às vezes tão longe
dos sossegos que o amparavam.
Poisou a lágrima sagrada na flute
despedindo-se assim dos raios dourados
do dia que já não lhe pertencia.
E abraçou o nevoeiro
como se fosse a última angústia.
Olhou para o céu.
Aprontou a mira.
Calibrou o desejo.
Desta vez,
sabia que não iria falhar.


,2016,05.aNTÓNIODEmIRANDA

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