PAI
(03Novembro1987_19h)
64 anos. Um futuro com demasiados esboços falhados. Ainda teimo em desenhar as conversas que aconteceram. Nada faltou na perspectiva. Você sabia que nunca dei importância aos incómodos alheios á minha vontade. Sempre fiz o que continuo a acreditar. Mas, agora os anos, oferecem-me primaveras pesadas, e, começo a sentir que a balança, está cada vez mais cansada. Porto-me mal, sempre que me apetece, e, no cheiro dos cigarros que você achava esquisito, escrevo coisas da loucura normal. Aqui, nesta gaiola, inventaram o e-mail ,mas, o que está a dar é o facebook. Isto é, conversa-se nada dizendo. Não! Esta gente não carrega cabines telefónicas às costas. Têm todos os cuidados com a saúde, e, para que saiba, depois do diário encharcamento em comida plastificada, frequentam o ginásio, com a dourada intenção de purificar o cabedal. A inteligência, está fora de questão. Mas, eles, não dão por ela. Tenho saudades de quando podia ler nos autocarros!
Falamos sempre a 3 de Novembro, e a 4 de Dezembro. Como estou? Tenho alturas em que estou bem. Isto é, quando os dias não me chateiam. Não se preocupe.
Nunca passarei de um incorrigível optimista.
Abraços da malta!
(você sabe de quem falo).
,2019nov_aNTÓNIODEmIRANDA
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