Pesquisar neste blogue

sábado, 30 de novembro de 2019

ELA DIZ:

não me conheço, neste corpo queimado por infindáveis alucinações, que não deixam descansar esta inquietação. 
Ignoro-me, num subúrbio desleixado, 
sempre à procura do afecto perdido. 
Varro soluços para a vala da identidade.

Ele  diz:
o direito a ser feliz fugiu para o canto da sereia, que nunca aparece. Um abraço doce daria jeito. Um beijo aquecido numa nuvem de algodão. 
Um solo na guitarra do Ron Wood. 
Um cumprimento do riff do Keith Richard. 
E, sobretudo, um passeio sem cadafalsos.

Ela diz:
perdi-me  naquela luz, no sabor da refeição branca, na promessa adiada, no gostar de pensar em ti.

Ela molha-me os ombros, 
e respira lágrimas que ainda não sabe, 
são só nossas.







,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário