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terça-feira, 31 de dezembro de 2019
domingo, 29 de dezembro de 2019
SATISFAZ A MINHA ALMA
Enrolo a noite no novelo desavindo
que aguarda notícias da hora incerta,
no cais da desordem emocional.
Horários sem vagas de alegria,
entregam versos infelizes
a um ecrã,
que promete esconder a solidão
dos passos caídos,
na nuvem da areia movediça.
Já nada se encontra neste palheiro desumano, forrado com choros de uma qualquer esperança.
Sonhos congelados na realidade que nos consome
Um interesse apressado, patrocinado pela fábrica da impotência.
Haverá sempre uma queda atenta,
Para amparar o engano do tempo.
Uma vigília disponível para nos ignorar.
E um relógio manhoso,
continua a oferecer alegrias perversas.
Não morrer,
dava-me um trabalho do caralho.
,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 28 de dezembro de 2019
Da Madalena Ávila
vou-te escrever uma carta
uma carta que não conta nada de ninguém
uma carta que te ouve mar
para que tenhas atenção ao que é de ter atenção
escutaste o coração?
porque se o escutaste saberás do que ele te bateu
a existência
feroz
sem missivas nem céus a caírem-nos na cabeça
desfeita a linguagem das almas ergue-se numa flor
murcha a estrada é uma maçã que deseja a tua boca a levantar-se peito
uma marca funda de tinta preta instalada nos músculos
atrofiados os gestos cantam lamentos sem fronteiras
é esta a carta violenta das pessoas que só querem pensar
sozinhas
não é esta a carta que te queria escrever
a carta que quero não se escreve
a carta é humana
e rasga-se no papel
uma carta que não conta nada de ninguém
uma carta que te ouve mar
para que tenhas atenção ao que é de ter atenção
escutaste o coração?
porque se o escutaste saberás do que ele te bateu
a existência
feroz
sem missivas nem céus a caírem-nos na cabeça
desfeita a linguagem das almas ergue-se numa flor
murcha a estrada é uma maçã que deseja a tua boca a levantar-se peito
uma marca funda de tinta preta instalada nos músculos
atrofiados os gestos cantam lamentos sem fronteiras
é esta a carta violenta das pessoas que só querem pensar
sozinhas
não é esta a carta que te queria escrever
a carta que quero não se escreve
a carta é humana
e rasga-se no papel
SINAIS COM ACENOS SEM REGRESSO
Por entre lágrimas que rolam para o rio,
deixo-me arrastar,
neste frio e quieto
silêncio.
Já não procuro
o cais dorido.
Fujo de toda a condição,
e observo,
com dúvidas impassíveis,
sinais com
acenos
sem
regresso.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
deixo-me arrastar,
neste frio e quieto
silêncio.
Já não procuro
o cais dorido.
Fujo de toda a condição,
e observo,
com dúvidas impassíveis,
sinais com
acenos
sem
regresso.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
LIMAR PREGOS
Aqui,
entretido a limar pregos
da cruz,
assevero que
não degustarei
a refeição do
pecado.
Tentarei dignamente
danificar o sabor a santo.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
entretido a limar pregos
da cruz,
assevero que
não degustarei
a refeição do
pecado.
Tentarei dignamente
danificar o sabor a santo.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 22 de dezembro de 2019
CIRCUNSTÂNCIA
das palavras de circunstância
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
há que duvidar para sempre da sua importância
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
NÃO TENHO MEDALHAS PARA TROCAR
Joelhos usados pelas decisões erradas, gravadas na minha pele.
Nunca fui pelo óbvio do fácil.
Não ligo o complicador.
Acredito nas coisas simples.
.
Não sei quantos braços me aqueceram os ombros. Não tenho medalhas para trocar,
nem sorrisos aborrecidos.
Ensaquei os abraços arrependidos,
juntei todos os pedaços do coração,
sem heróis nem desculpas,
nem fotos de baby-sitters com lábios de mel.
Sinto cada vez mais
a mentira de gostar de estar aqui.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
A VISITA DO DESALENTO
Tenho 3 luas na minha algibeira,
disse-me o cachimbo de um sábio índio.
Enrola a vida numa velha manta,
e nunca a deixes cansar de remendar alegrias.
Aconchega os sentidos na penumbra
poeirenta,
e,
nada mais caberá na tua cabeça,
do que a visita do desalento.
Abraça a ausência do deitar ferido,
e, chora na enxerga de lençóis desabitados,
mesmo que não consigas esperar a chegada,
escrita nos anúncios do nevoeiro,
que espreitam na janela.
O que te espera,
quando com a solidão,
não consegues falar?
…
D. Juan foi brincar com a erva do diabo.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 21 de dezembro de 2019
OS ENGANOS DO DESEJO
O vazio é um lugar quieto,
onde descanso memórias,
e sossego horas desabitadas.
O que faço, agarrado a esta glória,
enfeitada numa cruz que faz chorar
todos os caminhos?
Ando às voltas nesta oração trapaceira,
à procura de passos que não me magoem.
Nada encontro nesta tristeza que me fica.
Deito-me no lado escuro da linha,
com a vã esperança de estreitar abraços.
Verto na candeia sorrisos para me agasalhar,
e, guardo gota a gota,
todos os enganos do desejo.
Talvez o que quero,
aconteça no dia em que,
verdadeiramente,
me encontre.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
ESPECIALMENTE DEDICADO AOS IMBECIS
Nunca
Me
Cansarei
De
Admirar
A
Vossa
Estimada
Ausência
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
Parabéns, Madalena Ávila. Abraço. Este é para ti.
VOAR CONTRA O DESTINO
Elevar o veneno.
Traço para aspirar.
Encher
o balde.
Sujar até atingir o zero.
Entrelaçar genitais burgueses.
Sentado num charro de erva, com um índio que parece um anjo, cujo primeiro acto de traição foi o ter nascido.
Estou em guerra com toda a contemplação,
e contento-me em fumar a minha alma nesta alucinação não odiosa.
Quebrar o estado de sítio estampado numa frigideira com banha de porco.
Corpos fritos, atados com arame,
no anexo da podridão.
E aterrar sempre fora da pista,
numa capotagem perfeita.
Saquear os fornos do pão sangrento.
Ungir a loucura e santificar todos os beijos no altar dos enlevos não mentirosos.
Ó cogumelo celestial, estou louco por chegar até ti, e sair deste voo de excrementos pisados.
Descalço ao som da bateria do Max Roach, curvo-me perante toda a ousadia, e carrego no botão do gancho do umbigo, uma dose anímica de alegria em conserva.
E procuro na pedreira, a esmeralda preferida da primeira dor que pretendo esculpir.
Estrondo paralisado no rabo da sombra, imaginação de veludo pregada com laços. Abandono a faixa da rodagem correcta, e distribuo autógrafos escondidos nas sandwiches da realidade confrangedora.
Princípios rígidos, desdenhosos, atirados à poeira.
Rendição agachada, zombies maltratados com anúncios encharcados na testa, amontoam-se na prateleira dos delírios prontos para o banho da guilhotina.
É chegado o tempo de esmaltar as orações recolhidas,
e voar contra o destino.
,2019_ jan_aNTÓNIODEmIRANDA
quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
FERNANDO LEMOS
Poema Não Há Tempo
Não há tempo
há horas
Não há um relógio
há
hábitos que
me habitam
O poema dói
o ponteiro corta
a hora que queima
a morte simula
respira
para não me distrair
Fernando Lemos
Não há tempo
há horas
Não há um relógio
há
hábitos que
me habitam
O poema dói
o ponteiro corta
a hora que queima
a morte simula
respira
para não me distrair
Fernando Lemos
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
domingo, 15 de dezembro de 2019
sábado, 14 de dezembro de 2019
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Da Madalena Ávila.
do fio que me abandona feito ferida nos pulsos
calo-me neste escrever de vontade de ir
partir
sem nada
desta escola onde desaprendemos o caminho feito corte no cérebro
encontro-me desamparada
nada
da espessura que me rompe a pele
visto-me num hino fúnebre
que sobe as paredes do céu como quem desce as do mar
refresco a terra para que fique molhada
enquanto fervo as cinzas
em nada
calo-me neste escrever de vontade de ir
partir
sem nada
desta escola onde desaprendemos o caminho feito corte no cérebro
encontro-me desamparada
nada
da espessura que me rompe a pele
visto-me num hino fúnebre
que sobe as paredes do céu como quem desce as do mar
refresco a terra para que fique molhada
enquanto fervo as cinzas
em nada
domingo, 8 de dezembro de 2019
sábado, 7 de dezembro de 2019
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
PATÉ DE TOI
Barrar-te numa tosta serena.
Saborear em lume brando o teu olhar.
Gostar da inveja dos deuses que não te comem.
Mastigar o teu sexo em ritmo de última ceia.
Lamber o gume em camadas de serenidade.
Asfixiar o teu sorriso numa taça de Bollinger.
Chupar os teus morangos,
e,
esperar que o meu esperma,
te apeteça.
2018Mai_aNTÓNIODEmIRANDA
PECADO SAGRADO
Quando poderei adormecer
nas coxas dos teus lençóis, escrever
poemas ao longo das tuas pernas,
e,
carimbar sorrisos no abrir
dos teus desejos?
Nada peço,
neste pecado sagrado,
que celebra
uma triste
lembrança.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
ATÉ BREVE
Caiar
sorrisos.
Entregá-los
porta a porta,
no
prazo máximo de 24 horas.
Andar
por aí,
sem
sentido único.
Ladrar
aos desconfiados,
lançar
chamas de ousadia,
baralhar
as contas,
chamuscar
a própria sombra.
Não
ter medo,
remover
o quase,
ofuscar
a solidão,
chorar
só o necessário,
estender
abraços.
Andar
por aí,
sempre
numa douda correria,
afligir
todas as maldades,
amar,
mesmo na fila do trânsito.
Fim
da concessão!
Até
breve.
FARDOS DE SILÊNCIO
Mudar
e desaparecer lentamente.
Não
posso viver com o medo,
na
procura de ideias para me encontrar.
Quero
adormecer por aí,
abraçado
ao bafo da sombra.
Não
costumo rezar aos Domingos,
e
nos dias importantes,
tal
também não acontece.
Estou
farto do desempenho
deste esqueleto amassado.
Quieto,
carrego
fardos de silêncio.
ASAS ERRADAS
Desculpa.
Desta vez sou só eu.
Os anjos abandonaram-me.
Sem querer, queimei as asas erradas.
Há demasiado tempo que não nos sentimos,
e, perdido na solitude que me encharca,
não encontro o caminho para abraçar as tuas lágrimas.
Sinto a tua falta, embora saiba que há coisas que terminam antes do pensamento.
Agora que morreste, tenho um presente para aqueles que tanto te detestaram.
E, esta é a única maneira que me resta para tanto gostar de ti.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
AL-79-46
Eram pagos ao dia.
Quando chovia não havia trabalho.
Os colaboradores do meu pai recebiam à semana. Se não pudessem ir para o monte, ficavam na fábrica a fazer outras coisas. Almoçavam lá em casa, e no final do dia, entravam no velho Ford Escort, com a gratidão estampada no olhar.
Ao domingo, os ricos iam à missa de mercedes.
Mas,
o meu pai deitava-se feliz.
,2019nov_aNTÓNIODEmIRANDA
Quando chovia não havia trabalho.
Os colaboradores do meu pai recebiam à semana. Se não pudessem ir para o monte, ficavam na fábrica a fazer outras coisas. Almoçavam lá em casa, e no final do dia, entravam no velho Ford Escort, com a gratidão estampada no olhar.
Ao domingo, os ricos iam à missa de mercedes.
Mas,
o meu pai deitava-se feliz.
,2019nov_aNTÓNIODEmIRANDA
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Da Madalena Ávila.
levar a boca ao prato
os talheres ao chão
e comer os restos da angústia
e sim a noite é esta manhã
deitada sobre a chuva
e o rio diz-me para caminhar
sobre ele
as mãos estendidas
na curva terna
e a raiva um oceano
para me cuspir
acordaram os aviões
os pássaros espantaram-se
e a Sombra quis mel
os talheres ao chão
e comer os restos da angústia
e sim a noite é esta manhã
deitada sobre a chuva
e o rio diz-me para caminhar
sobre ele
as mãos estendidas
na curva terna
e a raiva um oceano
para me cuspir
acordaram os aviões
os pássaros espantaram-se
e a Sombra quis mel
SANDWICH DE NAFTALINA
Não seria o mais famoso dos cromos mas sem dúvida alguma era o único agente secreto que ruminava sandes de naftalina. Não por ser chique mas pela simples razão de tal acto amainar os incontroláveis vapores do seu rego. Uma conhecida corretora financeira ainda o tentou demover, ameaçando-o com um considerável rating abaixo do estrume. Seguro de si próprio e com os índices de confiança elevados ao mais alto desnível, conseguiu resistir a todos os assédios. Até porque mantinha a secreta esperança de um dia coordenar, nas horas de ponta, o trânsito ferroviário na ponte sobre o Tejo. Uma pequena questão pendente com uma brigada que amiúde lhe causava problemas, lá para os lados da bagageira. Mantinha há longo tempo conversações avançadas com o sindicato e esperava a todo o momento o anal do secretário-geral. Até porque representava um conceituado ponta de lança, disponível para uma hipotética transacção. Era sobejamente conhecida a sua ambição por uma estrela Michelin, embora no seu pisa cocós, fosse evidente a primazia pela Firestone. Mudar? Nem pensar! Havia um contrato a respeitar e nunca iria pôr em causa o patrocínio que tanto lhe custou a adquirir. A indústria química estava no bom caminho. Novos e prometedores mercados rolavam na via verde.
Cedo abandonou a carreira política. Não admitia que houvesse alguém que enganasse e roubasse mais do que ele.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
sábado, 30 de novembro de 2019
QUE DEUS ME ASSOE! (Eu moro em Mitraflores)
Sem pressa, enrolo-me na viagem desta pedra. Peço para sentar-se na minha cabeça e aconchegar palavras que querem fugir dos desgostos da memória. Navegar no prometedor entardecer, comer luas com colheres de prata, e, celebrar cortesmente a noite especial. Enterro beijos no fim do fundo, enrodilho uma corda ácida na vagina da angústia, até naufragar a normalidade, no copo da derradeira esperança.
Admirar o silêncio.
Aplaudir com luvas de cerimónia, a escorregadela triunfante na passadeira do triunfo dos porcos.
Que deus me assoe!
(Eu moro em Mitraflores).
Admito não ser digno de tanta compaixão.
Sou um mero executante, do êxtase mirabolante, desta miopia cada vez mais enfadonha. Sensível ao tacto, atrevido no acto, assíduo enjoado e maldizente das Black Fridays. Nasci assim, feito numa ementa limitada. Naquele tempo as virgens não usavam cuecas, e as putas, depois de foderem os apóstolos, enfeitavam altares nas horas de folga. Os sacristãos eram pagos a tempo e horas, perante a inveja do corcunda de Notre-Dame, que, peremptoriamente afirmava que a sua, tinha mais 2,5 cm do que o dedo indicador do Nelson Ned.
Vejam bem o desplante deste artista!
Ainda o grande Pedro Álvares Cabral, frequentava as primeiras aulas de surf na piscina do Sport Algés e Dafundo. O que uma mentira pode fazer! Estou é mesmo preocupado com os peixes do aquário Vasco da Gama!
Dizem-me que ele morreu arrependido depois da cagada do Oeiras Valley ! É possível que sim. Mas, o Isaltado de Oeiras, quando esteve no estágio da Carregueira, não teve tempo para estudar o assunto?
,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA
SONO CARAMELIZADO
Tenho sonhos estranhos,
contou a ideia cansada.
E assim adormeceram,
abraçados num sono
caramelizado
de pipocas
extenuadas.
,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA
PERDA DE TEMPO
Dia após tempo,
cultiva o vazio
para o amanhã
das raízes sem presente.
,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA
ELA DIZ:
não me conheço, neste corpo queimado por infindáveis alucinações, que não deixam descansar esta inquietação.
Ignoro-me, num subúrbio desleixado,
sempre à procura do afecto perdido.
Varro soluços para a vala da identidade.
Ele diz:
Ela diz:
perdi-me naquela luz, no sabor da refeição branca, na promessa adiada, no gostar de pensar em ti.
Ela molha-me os ombros,
e respira lágrimas que ainda não sabe,
são só nossas.
,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA
Ignoro-me, num subúrbio desleixado,
sempre à procura do afecto perdido.
Varro soluços para a vala da identidade.
Ele diz:
o direito a ser feliz fugiu para o canto da sereia, que nunca aparece. Um abraço doce daria jeito. Um beijo aquecido numa nuvem de algodão.
Um solo na guitarra do Ron Wood.
Um cumprimento do riff do Keith Richard.
E, sobretudo, um passeio sem cadafalsos.
Ela diz:
perdi-me naquela luz, no sabor da refeição branca, na promessa adiada, no gostar de pensar em ti.
Ela molha-me os ombros,
e respira lágrimas que ainda não sabe,
são só nossas.
,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA
CRUZ
Tivemos os sonhos errados.
Os culpados foram os avisos
que não lemos.
Esperei por ti na encruzilhada,
apertando a mão
daquele que enganou o perdão.
Tentamos secar o pranto que nos afastou,
amaldiçoando o caminho do diabo,
como se ele fosse o culpado
da nossa distracção.
Eu sem ti, continuo,
mesmo quando matreiramente foges,
para abraços que te animam.
Haverá alguma cruz
que carregue as nossas dúvidas?
Procuremos algo de bom,
que corte sem ferir,
esta mania de gostar,
alheia à pretensa bondade dos imbecis.
Para então dizer:
nada fizemos em vão.
,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA
A RECEITA (Trumpperware)
Cozinhar para mim, só pode ser um enorme prazer. Permite-me comer aquilo que me apetece. Quando não estiver para aí virado, fujo do fogão. Nunca cozinho o mesmo prato da mesma maneira. Altera o tempero, e, sobretudo a minha disposição. Dizem que o faço bem, mas, a grande verdade, é que o contrário nunca aceitaria. Tenho dias em que as coisas fluem como devem ser, mas, aqueles que recordo, são os que correm melhor. Portanto, após os elogios do prato que saborearam, QUANDO ME PEDEM A RECEITA, eu, na minha humilde qualidade de fazedor de qualquer coisa parecida com cozinhar, limpo a gordura das orelhas, disfarço o cuspo das mãos, retiro as lentes do tacho, engrosso a calda com pelo menos 3 macacos do nariz, introduzo um ramo de cabelos aconchegados com o creme de bacamarte, e, com a sinceridade possível, peço ao inquisidor para anotar no papel:
UMA CEBOLA!
TIRA A CASCA!
BOTA A CASCA NO LIXO!
PICA A CEBOLA ATÉ A FACA GEMER!!!
&…
Então e agora?
Bota o picado num trumpperware
e enfia-o no frigorifico.
Nunca se sabe o dia de amanhã.
,2019nov22_aNTÓNIODEmIRANDA
VELHO TRUQUE
Sou a pegada de um vagabundo
na procura dos sorrisos do teu
olhar.
Entrego-me nesta carta
com todos os erros
que não prometo repetir.
É tão rápida esta fuga,
que nem a sombra irá lembrar.
Sorriso pousado na malga,
passeio a vida numa trela,
entrelaçada com os ases do
destino.
Velho truque.
,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA
na procura dos sorrisos do teu
olhar.
Entrego-me nesta carta
com todos os erros
que não prometo repetir.
É tão rápida esta fuga,
que nem a sombra irá lembrar.
Sorriso pousado na malga,
passeio a vida numa trela,
entrelaçada com os ases do
destino.
Velho truque.
,2019nov24_aNTÓNIODEmIRANDA
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
O CU MOLHEI
Receba as flores que eu roubei
Num jardim abandonado
O cu molhei
E fiquei constipado
Que seja assim por toda a vida
A deus mais nada emprestarei
Se nada eu já tinha
Com mais nada ainda
eu fiquei
,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA
terça-feira, 26 de novembro de 2019
domingo, 24 de novembro de 2019
QUALIDADES
Sim !
Estou a perder algumas.
Das outras …
sinceramente,
não me lembro.
,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA
Estou a perder algumas.
Das outras …
sinceramente,
não me lembro.
,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA
ALMAS DESERTAS
Há marinheiros que tatuam no olhar,
saudades da terra.
Surpreendidos,
alguns peixes entregam nas lágrimas,
poemas
escritos com a melancolia
das almas desertas.
,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA
saudades da terra.
Surpreendidos,
alguns peixes entregam nas lágrimas,
poemas
escritos com a melancolia
das almas desertas.
,2019nov,14_aNTÓNIODEmIRANDA
TRAPAÇA
Não há bilhetes para o regresso.
Dizia o motorista
Estrangulado na trapaça
que tudo lhe
garantia.
,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA
Dizia o motorista
Estrangulado na trapaça
que tudo lhe
garantia.
,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA
O NUNCA DO TEU OLHAR
Porque a memória já não se recorda de ti, acampo na paixão destes sons ponteados,
como se a sina do teu sorriso,
continuasse a queimar os lábios
dos sentidos tristes.
Fico-me com o nunca do teu olhar.
Vem até mim!
Desta vez despida
do medo que nos
aprisionou.
,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA
É SÓ ESCOLHER
Podes escolher o que quiseres!
Sussurra o futuro ávido da mentira
que te corteja.
O presente, sorridente,
depois de despachar o passado,
pede uma aguardente amarrotada
em miolos de fraudes auspiciosas.
,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA
Sussurra o futuro ávido da mentira
que te corteja.
O presente, sorridente,
depois de despachar o passado,
pede uma aguardente amarrotada
em miolos de fraudes auspiciosas.
,2019nov,15_aNTÓNIODEmIRANDA
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
The Yardbirds - Train Kept a Rollin' (1968) (720p HD)
The Yardbirds - Train Kept a Rollin' (1968) (720p HD)
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
ASSIM... NÃO VALE!
De todas as vezes
que te levo ao jardim,
porque teimas em arrancar
o
amor
-
perfeito ?
2019out_aNTÓNIODEmIRANDA
que te levo ao jardim,
porque teimas em arrancar
o
amor
-
perfeito ?
2019out_aNTÓNIODEmIRANDA
terça-feira, 19 de novembro de 2019
O CU MOLHEI
Receba as flores que eu roubei
Num jardim abandonado
O cu molhei
E fiquei constipado
Que seja assim por toda a vida
A deus mais nada emprestarei
Se nada eu já tinha
Com mais nada ainda
eu fiquei
,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA
CANSEI DE ESCREVER PARA O PRESENTE
1 poema desolado, deitado na boca do arco-íris descalço, espera a chamada das vozes pagas no destino. Enruga o futuro escrito na apólice inconveniente, e agenda a consulta com o psiquiatra delinquente, que há longo tempo lhe promete a reforma dos hábitos esquisitos. Enquanto isso, conta ao choro das baleias, o desencontro da sua vida. Caminha num oásis de veludo, que recolhe os soluços da estrada de fogo, que tanto o desanima. Nem um conforto na exposição das ingenuidades. Empenhou 10 euros na sarjeta dos vómitos bonificados, com uma taxa certificada para a sua exclusão. Enxota a caspa do presente, varre a memória com a pressa dos prazeres banidos, enxuga o olhar na porta da alegria, e na tenda do céu mentiroso, tira do bolso côdeas da ternura possível. Corre na sombra das nuvens, mas, como sempre, a simpatia não está disponível. Resta-lhe a bomba, e aquela coisa que mesmo mentindo, abafa a tristeza com que se deita. Pensa sempre na última vez, na espera do nevoeiro que esconde o sorriso que não quer voltar. Mas, esta sede que tanto o prende, enleia-lhe os pulsos, incha as veias, e, dilui-se lentamente na parede onde está estampado o grito. É o fim, diz-lhe a voz que encena a coragem. É o fim, escrevem as estrelas abandonadas. É o fim! Nada mais sentirás, garante o fantasma da tempestade. Brinca o mais que puderes.
Exige um deus que não simule a sensatez.
Acende-me o fogo! Estou com frio, diz-lhe a morte do fraque cor-de-rosa. Espera! Ainda não estou preparado! Responde a cirrose mentirosa. E os pulmões ? Estão a dar muito enredo. Abrasa-me nessa fogueira, diz-lhe o sangue no instante em que suga a ideia.
O futuro a deus pertence. Mas estava escondido na gaveta mijada.
Traçou no edital :
cansei de escrever para o presente.
,2019nov14_aNTÓNIODEmIRANDA
SATISFAZ A MINHA ALMA
Enrolo a noite no novelo desavindo
que aguarda notícias da hora incerta,
no cais da desordem emocional.
Horários sem vagas de alegria,
entregam versos infelizes
a um ecrã, que promete esconder a solidão dos passos caídos,
na nuvem da areia movediça.
Já nada se encontra neste palheiro desumano, forrado com choros de uma qualquer esperança.
Sonhos congelados na realidade que nos consome
Um interesse apressado, patrocinado pela fábrica da impotência.
Haverá sempre uma queda atenta,
Para amparar o engano do tempo.
Uma vigília disponível para nos ignorar.
E um relógio manhoso,
continua a oferecer alegrias perversas.
Não morrer,
dava-me um trabalho do caralho.
,2019nov,17_aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
domingo, 17 de novembro de 2019
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