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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Da Madalena Ávila.

levar a boca ao prato
os talheres ao chão

e comer os restos da angústia

e sim a noite é esta manhã
deitada sobre a chuva
e o rio diz-me para caminhar
sobre ele
as mãos estendidas
na curva terna
e a raiva um oceano
para me cuspir

acordaram os aviões
os pássaros espantaram-se
e a Sombra quis mel

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