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domingo, 8 de abril de 2018

O CARTEIRO

Varre a minha ferrugem,
tempo que me fizeste,
espalhando a notícia da minha usura.
Tenho cada vez menos nomes,
e a memória que me entregas,
é uma radiografia malcriada.
Envio relatórios de um tempo que quero retardado, envelopes com selos de batota, animosamente oferecidos por um carteiro, que mesmo não me conhecendo, continua a tocar na minha pele, na vã esperança de lhe abrir a porta. Não tenho morada certa, e, por isso as novidades, chegam sempre no momento da minha ausência.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

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