O céu não é lugar que me espere.
30 cêntimos na algibeira,
uma harmónica enferrujada,...
guitarra velha companheira
de uma alma envergonhada
& Blues que choram comigo.
Estou no caminho da tristeza.
com curvas sexy
e doces olhos cor de fel,
escorrendo numa escala atrevida
o olhar que de mim se vai despedindo.
Noites enroladas em bancos de jardim,
um saco pesado com nomes,
um quadro escrito que pensava
que tinha o tempo na mão,
e memórias alisadas com folhas
de lixa de água.
Eram os meses com manhãs obrigatórias
em que encharcava a barba mal parida
com ternuras de Old Spice.
Risca ao lado para disfarçar o enfado,
gravata com nó elástico,
e um caminhar absolutamente absurdo
para encher de frustrações
o depósito diário de 7,35h.
O céu não é lugar que me espere.
Repito nestes velhos acordes,
um voo para nenhures
até que não sobre um osso desta tristeza.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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