Mais do que dizemos neste silêncio,
é o nevoeiro que ilumina os sorrisos
que espalhámos na brisa do caminho.
Todos estes medos medidos em segredos,
todos estes olhares entristecidos
por uma rouquidão que queima o céu.
E este andar tantas vezes repetido,
tem agora o sentido de uma pele ausente.
Todas estas lágrimas enrolando memórias,
gritam aflitas, os apertos que me acordam
a serenidade.
Vagabundo neste estendal de vazios,
escrevo no peito areias movediças.
Sou uma fenda,
uma cicatriz emoldurada num rumo entontecido,
uma muralha absurda
e uma suposição brevemente disponível.
Podes ouvir-me na fogueira das estrelas perdidas,
eu,
aquele facilmente reconhecível pela mania
demasiadamente falhada.
Neste sol que me vai carregando os ombros,
tenho circunstâncias que já começam
a cansar-me.
Há simpatias inúteis que inundam a vontade
com que aprecio o desenrolar da vida.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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