Fala com ela pela noite fora,
mas ninguém acredita
nas palavras que pinta,
neste passar do tempo
que foge pelas suas mãos.
Não há voz nem presença
neste espremedor de paciências.
Puxa o lustro à pele tisnada
e num assomo de lealdade,
aconchega-lhe a fotografia
e sorri-lhe histórias daquele filme
onde sempre estiveram de mãos dadas.
Mas este sentir agora mentido
nada pode prometer.
As portas já não escondem segredos
e a luz que as entreabre,
é agora uma linha ténue
que balança teias
tão velhas como estas ausências.
Bebemos longos whiskies
e não me importo se dizes que é pecado.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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