neste vazio onde salgo hipóteses
de memória.
Cá neste sótão escuro e frio
estendo roupa manchada
com tanta falta.
Proponho outras músicas
mas não me chegam aos ouvidos.
Olho para pautas que não sei ler
e consolo o regaço com embaraços
mais que lambidos.
Penduro-me neste catavento
com sons de vertigens
que apalpam o meu medo de cair.
Nesta sopa de letras não apanho
as palavras que me agradam.
E num sorriso fugidio
penso que poderei alcançar
aquilo que me foi roubado.
Não sou de qualquer lei
e nem sequer admito essa tentativa.
É sempre inútil este balanço
com que tento evitar tocar
em certas feridas.
,2017,mar_.aNTÓNIODEmIRANDA
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