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sábado, 1 de abril de 2017

CONVERSA COM GINSBERG

Naquela tarde depois de as manhãs se cansarem, tinha na garganta o “uivo” para tomar o pequeno-almoço.
Pedi então açúcar mascarado tal era a pena de o ter conhecido.
Concentrei-me num cosmos surpreendido pela minha curiosidade.
Lembro-me que era muito novo e mesmo assim já lamentar o facto de não poder falar consigo.
Nasci adiantado e isso foi-me dando muito trabalho.
Mas tinha a sua ideia da América e li o “on the road” na altura exacta.
Diziam no escritório onde era paquete, que era excêntrico.
O irmão e irmãs do meu pai, comentavam que passava a hora do almoço nos bares das putas do  Cais do Sodré.
Coisas da ignorância, como poderiam testemunhar o Madeira Luis e o Hipólito da então bela Opinião.
Senhor Allen: não é culpa sua que os quatro psiquiatras, tinha eu 14 anos, que me escutavam, achavam que eu falava diferente dos outros.
Nunca fiquei e o mesmo acontece agora, indiferente áquilo que quero gostar.
Mas as máquinas IBM não operavam aquilo que a PATSY SOUTHGATE tinha escrito no poema.
Cresci nos corredores do escritório o que convenhamos são copiosamente iguais aos dos supermercados onde ninguém oferece nada em troca da nossa beleza.
Tantas vezes fui alvejado a tiro nas costas por uma vontade não conseguida.
E tanto roubei num supermercado longe da sua Califórnia.
Não visitei a campa de Apollinaire.
Mas estive lá perto.
E publicaram um poema meu sobre esse senhor.
Não poderei enviar-lhe um sequer registo de um sonho, só porque de tanto sonhar a memória fica tão chateada que nem a mim me oferece um só.
E voltámos á América.
E você sabe que é uma palavra em vias de extinção.
E eu sei que você até tentou ser bondoso.
Mas como diz o FRANK O´HARA, a indústria pornográfica está em crise.
Nunca estive em Nova Yorke, mas não me custa admitir que no verão em que a beijou ela estaria magnífica.
Depois disso, vermes devoraram esse lago.
2017,mar_.aNTÓNIODEmIRANDA

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