é justo falar de pétalas doridas,
dos despojos da falência total,
de todos os desvios sangrentos
e da denúncia amarrotada com efeitos aplicados.
Quando a beleza bate,
o nosso fabrico próprio não gera uma só qualidade
e tem o gosto da eficácia dos incapazes.
Nuances recheadas de presunções imbatíveis
enquanto cada minuto fere mais que o anterior.
Quando a beleza bate,
leva-nos à próxima paragem
onde apanhamos a ternura desnudada
para as horas arrendadas
que sofremos na escola preparatória dos desejos.
Quando a beleza bate,
faz de nós gente sem pés na alma
e oferece-nos a vitrificação das lágrimas
que agora se refugiam
na avenida da gentileza absurda.
2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
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