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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ESPAÇO INDEVIDO

Porquê as coisas acontecem quando estou distraído, porquê os relógios param quando eu quero andar, porquê os vazios enchem corpos que não consigo agarrar, porquê fico quieto ouvido assobios que deitam almofadas para o quebranto que não vou abater. Porquê me deixo ficar na fila da urgência que nunca me irá atender.
Pensar em mim com uma mão útil ou pelo menos um sorriso não carregado de fendas.
Não sigas o meu caminho, não brinco com vaginas alheias. Não me perguntes por mais dor. Deixa o vazio envolver o que ficou da nossa pronúncia. Eu sou só um resto empanado no meio do trânsito, e todos buzinam para não ouvirem o que tenho para dizer. Não me abanes o coração, cidade dos nomes perdidos. Não me interessa uma fé às vezes com graves falhas de confiança. Conheço todo o vernáculo das suas mentiras. Houve coisas tão importantes que só ocuparam o espaço indevido.

,2016,11aNTÓNIODEmIRANDA

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