Hoje não sei da lua.
Está a atrasar o meu dormir.
Vejo riscos no céu,
mas não reconheço estas assinaturas.
Estou sóbrio,
como as palmeiras que me penteiam
e estou farto de contar estrelas
que acabarão por adormecer no congelador.
Escrevo na mortalha
o chorar daquele cão
a quem às escondidas
ofereço o melhor resto de mim.
Chamo-lhe o filósofo
e como eu gosto
do seu latir com que não me dá importância.
Sentado de costas
para o que é tudo
escreve com a cauda
desenhos que nunca pintarei.
Ás vezes é visitado por um amigo
e falam calados.
Porque o tempo não está
para pequenas conversas.
Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
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