Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 4 de julho de 2016

LÁGRIMAS MOVEDIÇAS

Não me respeitam.
Roubam-me o nome e dão-me um número
como se fosse a chave do euro milhões.
Escorro a seca da vida
num rio de lágrimas movediças
só para afundar as minhas ilusões.
Rio que me envergonha
onde desliza a peçonha
daquilo com que me faço.
A vontade só acontecida em fotografia
revelada no ácido da tina
onde arde a sina
da possibilidade admitida
sem a minha permissão.
Mas eu não me encontro
e dói-me tanto o achar-me
às escondidas da esquina.
Elevo agora,
e isto sou eu a fingir,
imbecilidades pisadas a papel químico.
Nada sei daquilo que de mim pensam diria respeito.
Longe vai a lua
realizando uma manhã,
certamente com as habituais palavras nos noticiários.
Continuo a mijar em retretes
onde estão escritos convites
sem a menor convicção.

,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário