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quinta-feira, 14 de julho de 2016

BILHETE POSTAL

A vida fica-nos tão só quando os raios de sol
deixam de nos cortejar a memória.
E mente quando promete um torpor sereno ´
embalado pelo suave do mar que nos adormece.
Rosas de sábios espinhos,
acendem o caminho  com sonhos tristes,
molhados no sobressalto da maré traiçoeira,
com convites que nos abandonam.
E agora que o corvo trincou a lua
e a cegonha nos traz as últimas notícias,
há que ironizar com todas as maldades
que irão acontecer.
Há um desperdício na espuma que barbeia a areia.
É incerta esta estrada que nos leva a um navegar
apetecido no deslizar da onda.
Deixo-me perverter e lavo o pensamento
só para olhar e gostar.
E encostar o ouvido no vento.
E eu sei,
que nestas noites,
sempre que olho para o céu,
vejo nele desenhado
um bilhete postal.



,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA

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