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quinta-feira, 7 de julho de 2016

ÀS VEZES MORREMOS SEM NOS APETECER

 Às vezes morremos sem nos apetecer.
Vem em algumas enciclopédias
penduradas no alto da torre
onde a coruja desmói o papo.
Desejos vestidos com pele de raposa,
conversas comezinhas, marinadas em maldizias,
que acabam por nos dar muito que fazer.
Nada é perfeito neste vento soprado,
que nos enleva em gelados de baunilha sofisticada.
Nenhuma razão aparente poderá ser desenhada.
A que sonhos nos referimos?
Estou sentado no museu,
com molduras de hamburgures
que me afectam o apetite.
O artista não sabe,
mas algumas estão já incompletas.
Estou embrulhado num velho Março
e sinto nos pés a pressa de fugir.
Aqueço a alma num cigarro
e aguardo serenamente
simpatias amigas
que se deitam comigo no possível acordar.
Está bem!
Podes voltar.
Diz-me um sol desconhecido
para iluminar o sono
com quem durmo dias tranquilos.
,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA

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