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terça-feira, 12 de julho de 2022

ESTOU CANSADO DE SEGURAR A ESPADA DA GLÓRIA

 


Magoa esta caneta, amparo de todos os choros, dos acordes sinuosos lambidos na dor da escala insensível.
 
O som chicoteia os assobios do vento 
e fustiga a capa que pintava a indiferença.
 
Há agora o brilho vestido de lâminas 
que oferecem acordes afáveis.
 
Teimam ainda em querer que repare 
erros que não cometi.

Agora, sei que posso começar a estrangular todas as promessas hipócritas.

Quantos sonhos terei de atraiçoar 
para matar a lisonja que me entregam?

Quantas mentiras terei ainda de vestir 
para fingir que o chicote esfregado na vossa pele, também sangra na minha indignação?

Enganaram-se na conveniência do futuro que não me dizia respeito.

É sempre tarde para aceitar desculpas na feira dos soluços. 

Continuo entristecido neste cocktail de esperas caducas.



,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA

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