Sento-me
sempre do lado errado. Dizem as cabeças mal intencionadas.
Não
dirijo nada. Não me interessa saber de que lado sopra o vento.
Na
minha única confissão informei o padre que vou andendo conforme
deus me vai fodendo. Parabólicamente falando, a geometria
atrapalha-me, faz-me azia e só desenho com todo o desdém e empenho,
as minhas hipérboles. Sou ignorante perante tanta ausência de
sabedoria. Não quero ser honesto. Nunca dividi nada, sem ficar com
aquilo que mais me interessa. Tento sempre a batota, não me atinge a
chacota, mijo de pé, sacudo a pixota e limpo sempre a gota que fica
na pia. Nada tenho contra a batina, qualquer capa me desatina. Sou
tão simples como um jack daniel`s sem gelo. Não gelo com o frio,
não arrefeço fora de horas. Fuck food não é bem vinda. Courato
nacional, pé descalço, nunca como folclore. Blues, sempre! Para o
coração um melhoral.isto está mal,e, duvido da proveniência da
aspirina. Estou tão sóbrio que até dá pena. Temperatura amena. A
urina passou no teste de álcool da brigada. O tenente estava
ausente. Ficou contente. A namorada vai renovar o prazo de validade,
mas o selo foi mal colado. Fui apanhado em contra-mão, mas o perigo
estava do outro lado. O general era cristão, o sargento
compreensivo, o coronel cornudo, o alferes arrependido, o major fazia
amor com todo o pundonor, mas só com uma mão. A mulher queixava-se
dum certo ardor, talvez fosse da higiene do recruta. Lembrem-me para
naquela ocasião especial, não me esquecer da condecoração. O hino
será tocado, o hímen perfurado, o cartão de cidadão queimado.
Tudo
feito em conformidade. Tudo normalizado.
Aqui
ninguém é filho da puta.
,2015, junho26_04h15maNTÓNIOdemIRANDA
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