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sexta-feira, 26 de junho de 2015

PARABÓLICAMENTE FALANDO


Sento-me sempre do lado errado. Dizem as cabeças mal intencionadas.
Não dirijo nada. Não me interessa saber de que lado sopra o vento.
Na minha única confissão informei o padre que vou andendo conforme deus me vai fodendo. Parabólicamente falando, a geometria atrapalha-me, faz-me azia e só desenho com todo o desdém e empenho, as minhas hipérboles. Sou ignorante perante tanta ausência de sabedoria. Não quero ser honesto. Nunca dividi nada, sem ficar com aquilo que mais me interessa. Tento sempre a batota, não me atinge a chacota, mijo de pé, sacudo a pixota e limpo sempre a gota que fica na pia. Nada tenho contra a batina, qualquer capa me desatina. Sou tão simples como um jack daniel`s sem gelo. Não gelo com o frio, não arrefeço fora de horas. Fuck food não é bem vinda. Courato nacional, pé descalço, nunca como folclore. Blues, sempre! Para o coração um melhoral.isto está mal,e, duvido da proveniência da aspirina. Estou tão sóbrio que até dá pena. Temperatura amena. A urina passou no teste de álcool da brigada. O tenente estava ausente. Ficou contente. A namorada vai renovar o prazo de validade, mas o selo foi mal colado. Fui apanhado em contra-mão, mas o perigo estava do outro lado. O general era cristão, o sargento compreensivo, o coronel cornudo, o alferes arrependido, o major fazia amor com todo o pundonor, mas só com uma mão. A mulher queixava-se dum certo ardor, talvez fosse da higiene do recruta. Lembrem-me para naquela ocasião especial, não me esquecer da condecoração. O hino será tocado, o hímen perfurado, o cartão de cidadão queimado.
Tudo feito em conformidade. Tudo normalizado.
Aqui ninguém é filho da puta.


,2015, junho26_04h15maNTÓNIOdemIRANDA

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