Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 24 de junho de 2015

BOB (o sem abrigo de Santos)


Come alguma coisa que lhe dão, embrulhada em papel de alumínio.
Que vida triste tem agora para viver.
Tinha tantos amigos, quando era ele a pagar.
A vida era boa, mas não a soube viver.
Que poderá ele ser, quando querem que faça o que nunca soube.
Embalado num funaná, sente-se pequeno.
Tão pequeno que já cabe na sargeta.
Desenharam-lhe a vida com uma história que não lhe pertence.
A nossa solidão é tão triste.
Bebedeira de frases que não consigo dizer.
Bastou um olhar.
Sobrou a covardia da angústia e uma tentativa inútil.
Recusei a vontade de lhe tirar uma foto.
Não sou digno de roubar esta alma.
Não sou o poeta das palavras difíceis.
 
 
,2015aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário