Moldam
as banhas nos ginásios com a fútil intenção de se tornarem
oferecidas. E falam sem o mínimo pudor dos pobres de Atenas.
Bamboleiam-se como geleia, fazem sexo em colchões satânicos, molham
beijos balsâmicos, soletram arrojos marinados numa água de colónia
previamente infectada por um tédio resolvido no psicólogo. Têm um
ou mais amores as tias de mijaflores. Frequentam o personal trainer,
têm impulsos dinâmicos disfarçados com pulseiras no tornozelo,
madeixas ao vento no cabriolet, falta de zelo. As mais ousadas estão
tatuadas, deitam fumo pelas narinas, não se fazem acessíveis, não
são credíveis, gostam de ténis agarram em pénis, jogam raquete,
mastigam chiclete, olham sempre com um desdém fingido para o fruto
apetecido. Conversam com dor de cotovelo, não mostram inveja quando
se miram disfarçadamente, não dizem asneiras, fingem
pauperrimamente uma surpresa na introdução. Mentem dizendo sempre
que é a primeira vez. São básicamente elementares, têm pressa nos
preliminares,mostram poses orgásmicas expelem catarro,esquecem o
cigarro e gozam roucamente com nuances asmáticas.Confundem
carpaccio com fellatio, enjoam-se com tantos odores, estes estupores.
Dizem no meio do grito que gostam dele firmo e hirto, pedindo para eu
não pensar que são umas debrochadas. Lêm revistas da treta,
algumas têm jeito para a punheta, gostam de fancaria e nunca dizem
não a uma orgia. São assim as tias de mijaflores : falam muito
melhor quando estão caladas.
Gostam
de uma cama qualquer num lugar discreto e sossegado.
Ajoelham-se
e rezam preferencialmente dentro de porches. Na igreja não, que pode
ser pecado.
,2015aNTÓNIOdemIRANDA
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