Fala
agora com outros anjos, ouve outras músicas,
mas não tinha de ser
desta maneira.
Que palavras poderá entender?
Que aplausos escutará?
Pisamos o cume da montanha
sem agarrar a flor há tanto tempo
plantada.
É a mentira mais vil, a verdade mais enganada.
Faz-nos
tanto doer, tanto tanto, que o sofrer não chega a nada.
A vida é
para morrer.
Não passa de um lugar, onde costumávamos estar.
Pagamo-la com amor e sangue
e enchemo-la com caixas de poesia.
Os
patos da lagoa, ao fim do dia, no seu voo,
escrevem no céu alguns
dos seus versos.
Não me importo que não se lembre do meu nome.
Gosto de si de todas as maneiras.
Solitário numa paz que me
entristece,
recordo agora, o jardim das três palmeiras.
Magoa tanto
este tempo, que no acabar dos outros,
nos faz sentir a chegada do
nosso fim.
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