A pele é o destino deste medo fiel depositário da sempre sangrada ilusão.
Até quando conseguirei mentir à vontade do único sonho que me resta?
O peso das palavras chicoteia sem parar esta ideia nunca abandonada de alcançar a diferença.
De todas as vezes que abusaste da minha pequenez, o vazio já não cabia no peito.
E o saco das prédicas compradas “on-line” cambaleava no bordel da absolvição.
100 Mortes por segundo doridas esperavam-me na falésia dos deuses furiosos.
Aqueço o desespero no congelador das defuntas opções - embalo os lençóis no suor arrependido, fujo para estar (assim como se o céu ainda se lembrasse de mim).
Mas... caiem lágrimas, demasiadas vezes nuns ombros que de mim tanto fugiram.
O velho resistente, (disfarçado de gato desinteressado), aparece para o piquenique da cansada madrugada.
Sopros de vento bailam na janela, e a lua, feita puta manhosa, aconchega a mantada aflição e escreve no travesseiro o habitual poema:
[Tem cuidado!
O teu sossego é a mais importante das minhas
trapaças].
Não desistas.
O esquecimento é a próxima paragem.
,2024Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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